Pelo menos 55 pessoas foram hospitalizadas no norte da Jordânia, na semana passada, após consumirem refeições de falafel contaminadas com dejetos humanos. A maioria das vítimas são crianças em idade escolar que apresentaram sintomas graves após a ingestão dos alimentos, conforme informações divulgadas na quinta-feira (19/9) pela Administração de Alimentos e Medicamentos da Jordânia (JFDA) e pelo Ministério da Saúde do país.
O restaurante localizado na província de Irbid foi fechado pelas autoridades horas depois, e testes laboratoriais iniciais confirmarem a presença de contaminação fecal nas amostras de alimentos. Foram retiradas amostras extensivas de produtos alimentícios, matérias-primas e refeições preparadas no local, e as análises detectaram E. coli e Shigella, bactérias que podem causar doenças gastrointestinais graves.
O estabelecimento tinha licença apenas para preparar produtos de panificação, mas havia sido fechado pelo proprietário original antes de ser alugado por um professor local. O novo responsável começou a servir falafel para estudantes de duas escolas próximas sem notificar os órgãos reguladores sobre a mudança no tipo de operação.
O diretor de epidemiologia do Ministério da Saúde Dr. Ayman Maqableh informou que 42 estudantes procuraram atendimento médico em hospitais e clínicas nos dois dias anteriores ao anúncio oficial. Oito crianças foram internadas para seguirem tratamento, sendo que três permanecem sob observação rigorosa devido à gravidade dos sintomas.
Sintomas de contaminação por Shigella
As vítimas, com idades entre 6 e 14 anos, apresentaram sintomas compatíveis com infecção por Shigella, incluindo diarreia, febre e cólicas abdominais. Um dos trabalhadores do restaurante testou positivo para a mesma bactéria, aumentando a probabilidade de que ele tenha sido uma fonte do surto.
Amostras foram coletadas dos suprimentos de água das escolas e das residências próximas para descartar fontes adicionais de contaminação. A JFDA observou que vegetais mal lavados também poderiam ter contribuído para a disseminação das bactérias.
O Ministério da Saúde enfatizou que a situação está “sob controle” e que os protocolos de tratamento e monitoramento foram ativados. As autoridades sanitárias recomendaram às famílias práticas rigorosas de higiene, particularmente a lavagem das mãos, para reduzir o risco de novas infecções.