São Paulo
O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) vai disponibilizar uma equipe técnica para ajudar na regularização e liberação dos imóveis atingidos por uma explosão no último dia 13 na região do Tatuapé, zona leste de São Paulo.
Ao todo, 11 imóveis foram interditados pela Defesa Civil, sendo que 10 totalmente, depois da explosão em uma casa na rua Francisco Bueno que seria usada para armazenamento ilegal de fogos de artifício. Adir de Oliveira Mariano, 46, que residia no local, morreu. Outras dez pessoas ficaram feridas.
A regularização e a liberação dos imóveis devem atender ao Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo e dependem de ações iniciais realizadas pelos proprietários, informa o conselho de engenharia.
O Crea pretende auxiliar nessa parte burocrática, com orientação, principalmente no caso de famílias que não possuem recursos financeiros e conhecimento técnico especializado para cumprir os prazos legais e garantir a segurança estrutural das residências.
“O conselho possui um quadro técnico robusto que pode respaldar essas famílias a retomarem suas rotinas o mais rápido possível”, diz a presidente, engenheira Lígia Mackey.
Os 13 proprietários de casas afetadas já foram contatados. Mas quem tiver dúvidas pode ligar para o telefone 0800 017 1811.
No inicio da semana, a Prefeitura de São Paulo anunciou que, para ajudar as famílias na reconstrução das casas, vai oferecer atendimento pelo Programa Pode Entrar Melhorias, que disponibiliza até R$ 30 mil para reformas em imóveis na cidade.
“Os proprietários podem desconsiderar o prazo dos autos de infração, que foram gerados de forma automática em respeito à legislação vigente”, diz a prefeitura.
A gestão Ricardo Nunes (MDB) também ofereceu um auxílio emergencial de R$ 1.000 para seis famílias de baixa renda que tiveram suas casas danificadas pela explosão.
As investigações apontam que Adir vivia no local havia cerca de 40 dias. O corpo foi liberado pelo IML para a família no último sábado (15).
Vídeos de câmeras corporais de policiais militares mostram o momento em que os agentes encontram o corpo entre os escombros.
Vizinhos disseram não notar nenhuma movimentação atípica e que até pensavam que o local estava vazio. Uma moradora do entorno contou que o via estacionar o carro na rua, tirar caixas do interior do automóvel e levá-las para casa.
Ainda não se sabe se, no imóvel, eram somente armazenados fogos de artifício ou se também havia produção e manipulação. No entorno da casa, a reportagem observou tubos de papelão que se assemelham a pequenos morteiros espalhados pelo asfalto.
Adir tem dois registros na polícia por soltar balões, um em 2011 e outro em 2012. Em uma das ações ele foi absolvido.
Postagens em redes sociais de Adir também indicam, segundo a polícia, que ele atuava no ramo de balões.
O delegado Filipe Soares, responsável pela investigação, afirmou na última sexta-feira (14) que o homem armazenava explosivos na casa, mas que ainda não era possível confirmar se ele manipulava ou fabricava artefatos no imóvel.
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública do estado) afirmou que o caso é investigado pela 5ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas), que trabalha para identificar todos os envolvidos, incluindo eventuais fornecedores do material apreendido.
“As diligências continuam para o completo esclarecimento dos fatos”, afirma a pasta.
