Confronto verbal na Casa Branca
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, classificou de “cena grotesca” o confronto entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, em Washington.
“Desde que existe diplomacia, nunca houve uma cena tão grotesca e desrespeitosa como a que ocorreu no Salão Oval”, disse no sábado Lula da Silva, que estava em Montevidéu para a posse do novo presidente uruguaio, Yamandú Orsi.
O líder brasileiro também comentou que “acho que Zelensky foi humilhado e que, na cabeça de Trump, ele mereceu”. Lula ainda fez uma análise crítica sobre a situação, afirmando ser “muito possível que a Europa seja responsabilizada pelo desastre” da guerra na Ucrânia.
Bateram forte na tecla da necessidade de diálogo e paz, afirmando: “É um problema da responsabilidade das pessoas que não querem discutir a paz e preferem discutir a guerra”. Ele ressaltou que “não é possível falar de democracia se não houver respeito pelo próximo”.
Segundo Lula, todos devem aprender com o fim do conflito e que “só a paz pode trazer normalidade ao mundo e permitir que as pessoas vivam em prosperidade, com distribuição de riqueza para o nosso povo”. Além disso, ele reiterou a importância de um diálogo entre a Rússia e a Ucrânia, defendendo que “já foi gasto muito dinheiro” nesse conflito.
As declarações de Trump
Essas declarações de Lula ocorreram um dia após um confronto verbal na Casa Branca, onde Trump, elevando o tom de voz, ameaçou retirar o apoio à Ucrânia caso Zelensky não faça concessões à Rússia. “Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz”, disse Trump em sua rede social, Truth Social.
O conflito também envolveu a assinatura de um acordo sobre minerais, hidrocarbonetos e infraestrutura ucraniana, que motivou a visita de Zelensky a Washington, mas que acabou não se concretizando. Trump acusou Zelensky de “faltar com o respeito aos Estados Unidos” e destacou que Washington já deu muito dinheiro à Ucrânia e que ele “deveria ser mais grato”.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, pediu que Zelensky se desculpasse. Em entrevista à CNN, ele disse que o líder ucraniano deveria “pedir desculpas por estar desperdiçando nosso tempo com uma reunião que terminou dessa forma”.
Após o incidente, Zelensky rejeitou a ideia de se desculpar a Trump em uma entrevista à Fox News, rebatendo os comentários sobre o encontro. De acordo com ele, não havia razão para tal pedido de desculpas.
Após o incidente, líderes da União Europeia, Canadá e vários outros países manifestaram publicamente apoio a Zelensky e a uma paz “justa e duradoura” com a Rússia.