O Haul, lançado discretamente em novembro, está disponível apenas para dispositivos móveis (Imagem: Shutterstock)O Haul, lançado discretamente em novembro, está disponível apenas para dispositivos móveis (Imagem: Shutterstock)

🚨 Pouco antes da Black Friday, a Amazon (AMZO34) fez um
movimento inesperado ao lançar o Haul, uma nova plataforma integrada ao seu
aplicativo, voltada exclusivamente para produtos com preços baixos.

Sem muito alarde, essa iniciativa surge como a grande
estratégia da gigante do e-commerce para disputar diretamente com marcas como
Temu e Shein, que têm conquistado grande popularidade nos Estados Unidos.

O Haul apresenta uma proposta clara: produtos acessíveis,
frete grátis e uma experiência de compra digital otimizada para dispositivos
móveis.

O que é o Haul e como funciona?

O Haul, lançado discretamente em novembro, está disponível
apenas para dispositivos móveis e apresenta uma seleção de produtos com preços
limitados a até US$ 20
.

A ideia é simples, mas poderosa: oferecer aos consumidores a
oportunidade de adquirir itens variados, como utensílios de cozinha, capas de
celular e roupas, sem comprometer o orçamento.

Por exemplo, é possível encontrar tênis por apenas US$ 9,98
ou utensílios de cozinha por US$ 5,99.

Para estimular compras maiores, a plataforma oferece frete
grátis para pedidos acima de US$ 25 e descontos progressivos à medida que o
valor total do carrinho aumenta.

Essa estratégia de incentivo é também o que inspira o nome
“Haul”, que em inglês significa “grande carga”, aludindo à ideia de compras
volumosas por valores baixos.

No entanto, a entrega segue um modelo diferente do padrão
Amazon Prime. Enquanto o Prime foca na velocidade, garantindo entregas em até
dois dias, o Haul aposta em preços baixos e tolerância a prazos maiores: os
pedidos podem levar de uma a duas semanas para chegar, pois muitos produtos vêm
diretamente da China.

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O segredo por trás dos preços baixos

O Haul aproveita uma isenção fiscal conhecida como “de
minimis”, que permite que produtos com valores inferiores a US$ 800 sejam
importados para os Estados Unidos sem a necessidade de pagamento de tarifas ou
impostos.

Essa política, amplamente utilizada pela Temu e Shein, reduz
os custos operacionais e permite oferecer preços altamente competitivos aos
consumidores.

Para exemplificar, um utensílio de cozinha que custaria US$
15 em um marketplace tradicional pode ser vendido por menos de US$ 10 no Haul.

Essa diferença atrai um público sensível a preço, disposto a
abrir mão de entregas rápidas em troca de economias significativas.

A concorrência direta com Temu e Shein

📲 A Temu, lançada em 2022, rapidamente se tornou um fenômeno
nos Estados Unidos, liderando as listas de aplicativos gratuitos mais baixados
na Apple Store
por dois anos consecutivos.

Parte desse sucesso se deve à mesma política de preços
baixos e frete acessível, características que a Amazon agora busca replicar com
o Haul.

Por outro lado, a Shein domina o mercado de moda acessível,
oferecendo milhares de opções com design atrativo e preços que cabem no bolso.

A entrada do Haul nesse cenário adiciona um novo elemento à
competição, pois a Amazon possui a vantagem de uma base de clientes
estabelecida e confiança consolidada em sua marca.

Críticas e desafios

Apesar do sucesso, as plataformas de produtos baratos
enfrentam críticas constantes relacionadas à sustentabilidade e às condições de
trabalho na cadeia de fornecimento.

Um relatório recente da Câmara dos Representantes dos EUA
destacou que produtos da Temu foram vinculados à região de Xinjiang, conhecida
por graves violações de direitos humanos, incluindo trabalho forçado.

A Shein também enfrentou questões semelhantes, com acusações
sobre práticas insustentáveis e exploração trabalhista.

Embora a Amazon não tenha sido diretamente associada a essas
práticas no contexto do Haul, a empresa também enfrenta sua parcela de
polêmicas.

📊 Investigações federais nos EUA apuram altas taxas de
acidentes de trabalho em seus centros de distribuição, e uma recente decisão
judicial determinou que a Amazon pode ser responsabilizada por recalls de
produtos defeituosos.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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