Arrumar o frigorífico não é apenas uma questão de organização doméstica. A disposição dos alimentos no interior pode determinar se se mantém a frescura, se se evita a contaminação cruzada e, em última análise, se se garante a segurança alimentar da família. O princípio é simples: alimentos prontos a consumir devem ficar afastados dos produtos crus para que não haja contacto com líquidos que transportem bactérias.
De acordo com a Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana responsável pela regulação de alimentos e medicamentos, e com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, a temperatura do frigorífico deve ser de 4 ºC ou inferior.
Já o congelador deve manter-se nos −18 ºC. Estas entidades alertam ainda para o risco associado a temperaturas mais elevadas, que favorecem a multiplicação de bactérias, e recomendam o uso de termómetros no interior do aparelho para verificar regularmente os valores.
Prontos a consumir em cima, carnes no fundo
O Departamento de Agricultura do Estado de Wisconsin sugere que a arrumação dos alimentos tenha em conta a temperatura mínima de cozedura necessária a cada grupo. Por isso, os produtos que exigem cozeduras mais elevadas devem ser guardados nas prateleiras mais baixas, prevenindo que eventuais escorrimentos contaminem comida pronta a consumir.
Na parte superior do frigorífico devem estar refeições confeccionadas, saladas embaladas e queijos já cortados. Logo abaixo, nas prateleiras intermédias, é aconselhável guardar os laticínios e os ovos. Esta zona apresenta maior estabilidade térmica e menor risco de contaminação.
As carnes moídas e preparações cruas, como hambúrgueres, devem ser colocadas na prateleira imediatamente acima do fundo. No fundo do frigorífico, onde a temperatura é mais baixa, devem estar as aves cruas, como frango e peru, sempre em embalagens bem fechadas.
Segundo Carla L. Schwan, diretora do National Center for Home Food Preservation e professora assistente na Universidade da Geórgia, a disposição dos alimentos no frigorífico de acordo com o risco de contaminação é uma prática recomendada para reduzir a possibilidade de os líquidos de produtos crus atingirem outros alimentos
Porta e gavetas
A porta do frigorífico é a zona mais instável porque está sempre a ser aberta e fechada. Por isso, serve para condimentos, molhos e bebidas, mas não para produtos muito perecíveis como o leite fresco.
Já as gavetas inferiores foram pensadas para fruta e legumes, permitindo ajustar a humidade. Os legumes aguentam-se melhor com mais humidade, enquanto as frutas preferem ambientes mais secos.
Sempre que possível, devem ser separados, já que alguns frutos libertam etileno, um gás que acelera a maturação dos vegetais.
Boas práticas adicionais
A segurança alimentar não se garante só com a arrumação das prateleiras. Guardar a comida em recipientes bem fechados, respeitar os prazos de validade, usar a regra do primeiro a entrar primeiro a sair e evitar encher demasiado o frigorífico são cuidados simples que fazem a diferença. Assim o ar frio circula melhor e os alimentos mantêm-se frescos durante mais tempo
Segundo a FDA, a aplicação destes princípios reduz o risco de contaminação e contribui para diminuir o desperdício. Também plataformas especializadas em formação alimentar sublinham que separar produtos prontos a consumir dos crus é uma das formas mais eficazes de proteger a saúde em casa.
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