Chuvas fortes varreram o Himalaia, matando pelo menos 36 pessoas na Índia nas últimas 24 horas e forçando as autoridades a abrirem grandes represas, o que, por sua vez, acionou alertas de inundação em três rios no vizinho Paquistão.

No desastre mais mortal, um deslizamento de terra matou 33 pessoas perto do santuário hindu de Vaishno Devi, em uma rota de peregrinação no território federal indiano de Jammu e Caxemira, na tarde de terça-feira, segundo as autoridades.

Outras três pessoas morreram quando as águas das enchentes transbordaram as margens dos rios no distrito de Doda e inundaram as áreas baixas, acrescentaram as autoridades.

Cerca de 200 crianças ficaram retidas na quarta-feira depois que a água da enchente engoliu o prédio de uma escola no Estado de Punjab, no norte do país, segundo a mídia local.

Veículos caíram da barragem de Madhopur sobre o rio Tawi quando partes da barragem desabaram depois de serem atingidas por uma forte chuva durante a noite e a manhã de quarta-feira, segundo imagens de vídeo. Não houve relatos imediatos de vítimas.

Algumas rodovias que ligam Jammu ao resto da Índia também foram danificadas.

As autoridades estavam lutando para restaurar serviços de telecomunicações “quase inexistentes”, disse Omar Abdullah, ministro-chefe de Jammu e Caxemira.

“Tivemos 612mm de precipitação na região de Jammu desde 23 de agosto até hoje. Isso representa uma precipitação 726% acima do normal na região durante essa época do ano. É a maior precipitação na região desde 1950”, disse Mukhtar Ahmad, diretor do Departamento Meteorológico da Índia em Srinagar, à Reuters.

Havia previsões de mais chuvas e trovoadas com ventos fortes na região montanhosa de Ladakh, e de chuvas fortes em Himachal Pradesh e Jammu e Caxemira nesta quarta-feira.

Algumas águas começaram a baixar nesta quarta-feira, mas muitos rios ainda estavam em níveis perigosos, segundo as autoridades.

“A prioridade imediata é a restauração da eletricidade, do abastecimento de água e dos serviços móveis, para os quais as autoridades têm trabalhado continuamente durante a noite”, disse Jitendra Singh, ministro de ciência e tecnologia da Índia, em um post no X.

Do outro lado da fronteira, a água da enchente engoliu partes do Kartarpur Sahib, um famoso templo Sikh em Punjab, no Paquistão, disse um funcionário de resgate à Reuters, sob condição de anonimato.

O Paquistão também tem enfrentado chuvas de monções nas últimas semanas, com mais de 167.000 pessoas deslocadas em Punjab, incluindo 40.000 que saíram voluntariamente após alertas de inundação desde 14 de agosto.

O número oficial de mortos nas enchentes do Paquistão desde o início da temporada de monções, no final de junho, foi de 804 na quarta-feira, metade deles em agosto.

A Índia abriu as comportas de grandes represas em rios em sua parte da Caxemira após as fortes chuvas, disse uma fonte do governo indiano.

O Paquistão disse ter recebido um aviso da Índia sobre inundações e emitiu seu próprio alerta para três rios que fluem para seu território.

A Índia rotineiramente libera água de suas represas quando elas ficam muito cheias, e o excesso flui para o Paquistão.

Na quarta-feira, as autoridades disseram que houve um aumento recorde nos níveis dos rios Ravi, Chenab e Sutlej no Paquistão.

O Paquistão diz que Nova Délhi passou dois avisos de inundação anteriores desde domingo.

(Reportagem de Fayaz Bukhari, em Srinagar; Krishna Das, em Nova Délhi; Asif Shahzad, em Islamabad, e Mubasher Bukhari, em Lahore)

((Tradução Redação São Paulo))

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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