Em 13 de setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior acidente radiológico do mundo. O rompimento de um equipamento de radioterapia abandonado liberou apenas 19 gramas de césio-137, causando quatro mortes, centenas de pessoas afetadas pela irradiação e toneladas de lixo radioativo. Uma extensa área foi isolada e selada com concreto, com previsão de descontaminação por 150 anos.

Ao completar 38 anos do acidente, o programa Último Recurso, produzido pela Secretaria de Comunicação Social do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apresenta o percurso judicial de uma família que teve o imóvel desapropriado indiretamente e só conseguiu restabelecer a indenização após decisão do STJ. O episódio mostra depoimentos, explica a propagação do césio-137 e detalha a situação atual da área e da população afetada.

Com linguagem visual moderna e cenário virtual que integra as histórias, o programa é voltado para estudantes de direito, profissionais da área e interessados em temas jurídicos, inspirando-se em formatos internacionais.

Clique aqui para assistir ao episódio.

O que aconteceu?

Um aparelho de radioterapia abandonado no Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) foi encontrado por catadores de sucata. Ao violarem a cápsula de chumbo que continha cloreto de césio-137, um material altamente radioativo, liberaram um pó azul brilhante que se espalhou rapidamente. A contaminação afetou centenas de pessoas, incluindo moradores, trabalhadores de ferro-velho e profissionais de saúde. A radiação liberada foi equivalente a 50,9 terabecqueréis (TBq), o que representa uma quantidade extremamente alta de radiação.

Consequências imediatas

Quatro pessoas morreram em decorrência da exposição à radiação, e 249 foram diagnosticadas com contaminação significativa. Mais de 110 mil pessoas foram examinadas, e a área afetada incluiu residências, hospitais e locais públicos. A limpeza envolveu a remoção de solo contaminado e até a demolição de casas. O lixo radioativo foi acondicionado em recipientes e enterrado em Abadia de Goiás, onde permanece isolado até hoje.

Impacto jurídico e social

O acidente gerou uma série de processos judiciais. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu a desapropriação indireta de imóveis afetados e determinou indenizações às vítimas. No entanto, até hoje, muitas vítimas ainda não receberam compensações adequadas. O caso também levantou questões sobre a responsabilidade de órgãos públicos e privados na gestão de materiais radioativos.

Legado e memória

O acidente com césio-137 em Goiânia permanece como um marco na história da segurança nuclear e na conscientização sobre os riscos da exposição à radiação. O episódio foi retratado em documentários, filmes e estudos acadêmicos, servindo de alerta para a importância do manejo adequado de materiais radioativos. A cidade de Goiânia continua a lidar com as consequências desse evento, buscando justiça e reparação para as vítimas afetadas.

Se desejar, posso fornecer informações adicionais sobre os processos judiciais em andamento ou sobre iniciativas de conscientização e educação sobre segurança radiológica.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *