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Fragmentos de uma rara explosão cósmica podem ter chegado à Terra dissolvidos na água do oceano. Pesquisadores identificaram um isótopo radioativo de plutônio em sedimentos marinhos, possivelmente originado de uma quilonova – evento resultante da fusão de estrelas de nêutrons ocorrido há cerca de 10 milhões de anos.
A descoberta foi apresentada no American Physical Society Global Physics Summit de 2025, em março. Segundo Brian Fields, astrônomo da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nosso planeta está imerso em um “cemitério de supernovas”. Essas explosões estelares liberam partículas que se acumulam no fundo dos oceanos e até na Lua.
Pesquisas anteriores já haviam identificado um isótopo de ferro radioativo em sedimentos oceânicos, indicando que supernovas atingiram o Sistema Solar há milhões de anos. No entanto, a detecção de plutônio sugere um fenômeno ainda mais raro.
Diferente das supernovas, as quilonovas são conhecidas por produzir elementos como ouro e platina. Agora, cientistas buscam indícios desse material na superfície lunar para confirmar a origem dos vestígios encontrados na Terra.
Há 10 milhões de anos
Cientistas liderados por Fields acreditam que um evento de quilonova ocorreu antes de duas supernovas previamente identificadas, há pelo menos 10 milhões de anos. Essa explosão inicial teria produzido plutônio, que se misturou ao ferro das supernovas subsequentes, criando uma assinatura radioativa híbrida encontrada em amostras terrestres. A equipe agora busca evidências mais concretas para sustentar sua hipótese e vê nas futuras missões Artemis uma oportunidade para obter novas amostras lunares, onde a geologia mais estável pode preservar melhor os vestígios desse fenômeno cósmico.
Com a expectativa de que missões à Lua se tornem mais frequentes, os pesquisadores esperam ter acesso a quantidades maiores de solo lunar para análise. A superfície lunar, por não sofrer erosão atmosférica como a Terra, pode fornecer um registro mais preciso de quando e onde a quilonova ocorreu. Enquanto aguardam a próxima fase do programa Artemis, Fields e sua equipe buscam convencer a comunidade científica da importância de incluir essa investigação nas futuras coletas de amostras lunares.
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