Nesses dias de calor intenso, com praias lotadas, blocos de rua cheios e ondas de calor cada vez mais frequentes no Brasil, muitas pessoas têm relatado preocupação com o superaquecimento de celulares. Guardados no bolso ou na bolsa, os aparelhos podem atingir temperaturas elevadas, aumentando o receio de possíveis explosões.
Nos últimos dias, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando o momento em que o celular de uma mulher pegou fogo enquanto ela aguardava na fila de um mercado. Ela sofreu queimaduras graves na perna.
No último fim de semana, com a cidade tomada pelo calor e pela agitação do carnaval, a radiação solar intensa tornou o clima ainda mais incômodo.
A secretária carioca Juliana Tavares estava na praia com amigas quando percebeu que seu celular ficou extremamente quente. Preocupada, ela compartilhou nas redes sociais que temia que o aparelho pudesse explodir, destacando que se trata de um modelo novo.
“Meu celular superaqueceu debaixo do guarda-sol! Eu não estava com o celular no sol. Eu comecei a ficar assustada porque tava muito quente. Parecia que era uma chapa de metal no sol, sabe? E aí, a tela dele começou a não aceitar os meus comandos. Eu clicava, mas ela não reconhecia, porque ele tava tão quente, que eu acho que o calor do meu dedo não tava passando pra tela e aí não tava reconhecendo. E aí eu levei na assistência porque é um celular novo, não é um celular velho. E ele disse que isso acontece. Tem muita gente levando, porque tá com medo de explodir. E aí esquenta um pouquinho já acende o sinal de alerta, sabe?”
O superaquecimento extremo não é frequente, mas pode acontecer, especialmente em dias de calor intenso. De acordo com especialistas, a maioria dos celulares suporta temperaturas de até 40 °C. Acima desse limite, o funcionamento do sistema pode ser afetado e a bateria pode sofrer danos.
Bruno Oliveira, técnico em manutenção de celulares em Botafogo, na Zona Sul do Rio, explica que alguns fatores podem sobrecarregar a bateria, sendo o carregamento inadequado um dos principais.
“Um celular explodir ‘do nada’ é algo bem raro. O que geralmente causa isso é uma combinação de fatores que afetam a bateria, que é de um material chamado íons de lítio. Elas são sensíveis ao calor, a um impacto e à carga que, às vezes, é feita de maneira mal feita, com carregadores que não são originais, por exemplo, de péssima qualidade. Esses carregadores podem mandar uma carga errada para a bateria, danificando a peça ao longo do tempo. E nesse período de calor acontece mesmo, mas não é algo extremamente comum.”
Ele também orienta sobre cuidados que ajudam a evitar o superaquecimento, tanto na rua quanto dentro de casa. Entre as recomendações, estão evitar a exposição direta ao sol, não utilizar capinhas que retenham muito calor e não manusear o aparelho enquanto ele estiver carregando
“Em blocos de carnaval ou na praia, o ideal é não deixar o celular exposto ao sol direto. Se estiver na rua, evite colocar no bolso da calça apertada, porque o calor do corpo também contribui para o superaquecimento, que pode danificar o aparelho e até prejudicar sua saúde. Se o celular esquentar demais, pare de usar, retire da tomada, feche os aplicativos mais pesados, deixe esfriar e procure uma assistência técnica para verificar a bateria, que é a principal causa de explosões. Não é comum, mas acontece.”
Além disso, é importante ter atenção ao uso de baterias externas. Durante o carnaval, muitos foliões utilizam power banks para manter o celular carregado, mas modelos de baixa qualidade podem aumentar o risco de superaquecimento. O ideal é optar por marcas confiáveis e evitar carregar o aparelho no bolso enquanto utiliza a bateria portátil.