Ceará é pioneiro na certificação de sustentabilidade para indústrias, aponta Núcleo da Fiec <span class="title-photo">Foto: João Filho Tavares</span> ALCILEIA afirma que programa de certificação do Ceará inspira outras federações

Foto: João Filho Tavares
ALCILEIA afirma que programa de certificação do Ceará inspira outras federações

Ó Núcleo ESG pai Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) estruturar, desde 2022, um programa próprio de certificação em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) caricatura para o setor produtivo local que faz do Estado pioneiro no assunto.

A proposta, segundo a Fiec, é traduzir padrões internacionais de sustentabilidade para o contexto da indústria cearense.

“O Ceará foi o primeiro estado a criar um núcleo de ESG dentro de uma federação. Desenvolvemos o primeiro programa de certificação antes mesmo da ABNT lançar normas específicas. A parceria com o Bureau Veritas, organismo com mais de 200 anos de atuação e presença nas principais normas ISO, trouxe acréscimos internacionais”, destaques Alciléia Fariascoordenadora do núcleo.

Segundo ela, o modelo já despertou o interesse de outras federações estaduais e foi apresentado em mentorias realizadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Alagoas. “Há outras federações no radar para 2026”, afirmou.

O programa é validado pelo Bureau Veritas, organismo internacional de certificação, que atua como parceiro técnico na verificação dos processos. A metodologia, de acordo com a Fiec, foi construída a partir de normas e taxonomias confiáveis — como a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) e referenciais da ONU — e adaptada às especificidades da indústria regional.

“O verbo não é ‘sou sustentável’; é ‘estou sustentável’. É um processo contínuo, que mede o grau de maturidade de cada empresa”, resume Alcileia Farias.

Certificação com sotaque cearense

O programa está estruturado em 74 indicadoresdistribuídos entre os eixos ambiental, social e de governança. Cada empresa é avaliada a partir de critérios de relevância, maturidade e equidade, que levam em conta o porte, o segmento e a capacidade de execução das práticas propostas.

A ideia, segundo a federação, é evitar que pequenas e médias empresas sejam penalizados por não terem a mesma estrutura de grandes grupos.

Atualmente, conforme dados fornecidos pelo núcleo, cerca de 70 indústrias participantes do processo de avaliação, e aproximadamente 30 já obtiveram a certificação. A Fiec não divulgou a lista completa das empresas, mas cita como exemplos a BCP Engenharia, a BCP Energia e a Cerbrasque passou por diferentes estágios de avaliação e recertificação.

A coordenadora destaca que, em alguns casos, o diagnóstico inicial gerou ajustes de gestão que resultaram em benefícios imediatos, como redução de custos com energia e otimização de processos internos.

“Quando a empresa começa a medir o que faz, entende melhor onde pode economizar. Sustentabilidade é eficiência também”, diz.

Sustentabilidade como ativo econômico

Além do impacto interno, a FIEC aponta que a certificação pode abrir portas para novas oportunidades de negócios, especialmente em cadeias produtivas que desativam comprovação de responsabilidade socioambiental. A federação afirma que as empresas certificadas buscam ampliar o acesso às linhas de crédito específicas e melhorar o posicionamento de marca em mercados mais exigentes.

Na avaliação de Alciléia Farias, a adição da informação é um dos fatores que mais pesam no processo. “A diferença é que não estamos falando de marketing, e sim de análises verificadas. A validação de um organismo internacional traz segurança aos investidores e parceiros”, afirma.

Mulheres no comando das boas práticas

Outro dado destacado pela FIEC é a participação feminina nos processos de certificação. Segundo a coordenadora, cerca de 80% das consultorias e consultorias foram conduzidas por profissionais do sexo feminino. A federação atribui esse protagonismo à presença crescente de mulheres em cargas técnicas e de gestão em áreas como engenharia, auditoria e governança corporativa.

A parceria com o Bureau Veritas é apresentada pela federação como um dos pilares do programa. Segundo a Alcileia, o organismo internacional atua na validação da metodologia e nos auditórios dos processos de certificação, conferindo substituições às etapas.

Desafios para consolidar o selo

Entre os desafios indicados pela mentora estão a diferença de maturidade entre os setores, a falta de padronização nacional de critérios e o baixo nível de digitalização de algumas empresas. Apesar disso, ela afirma que o interesse vem crescendo, principalmente entre indústrias que buscam melhorar o relacionamento com clientes e investidores.

Ela informou que pretende publicar, ainda neste ano, um relatório consolidado com os resultados das certificações e o impacto médio das práticas inovadoras. Também está prevista a ampliação do programa para empresas da cadeia de segundos das indústrias participantes, o que, o núcleo, “pode gerar um efeito multiplicador de sustentabilidade na economia cearense”.

O núcleo estuda, ainda, uma nova rodada de mentorias com outras federações regionais, reforçando o posicionamento do Ceará como referência nacional em ESG.

“O objetivo é compartilhar o método e fortalecer a cultura da sustentabilidade na indústria brasileiraum. O aprendizado é coletivo”, enfatiza a mentora.

Cenário nacional ainda sem padrão único

Os programas de certificação em ESG vêm ganhando espaço no país nos últimos anos, impulsionados pela exigência de mercado e pela pressão dos consumidores. A Taxonomia Sustentável Brasileira, em desenvolvimento pelo governo federal e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), deve servir como base para uniformizar critérios e facilitar comparações entre setores.

Embora o padrão nacional não esteja finalizado, iniciativas regionais como a da FIEC tentam preencher o vácuo normativo e criar referências locais adaptadas às realidades econômicas de cada estado. Para analistas, a consolidação desse tipo de programa pode contribuir para a difusão de práticas sustentáveis ​​e para a integração das empresas brasileiras a cadeias globais de produção.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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