O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, se solidarizou nesta quarta (3) com a situação da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália aguardando o andamento do processo de extradição para o Brasil. A parlamentar deixou o país em junho após ser condenada a 10 anos de prisão por suposta participação em um esquema de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o hacker Walter Delgatti Neto em 2023.
Carla Zambelli havia viajado primeiro para os Estados Unidos com a alegação de que iria tratar de uma doença, mas depois seguiu para a Itália afirmando que não poderia ser presa. No entanto, ela foi incluída na difusão vermelha da Interpol a mando do ministro Alexandre de Moraes e acabou detida pela polícia italiana no final do mês de julho.
“Fico triste de ver a Carla, que é uma mulher honesta com o negócio de dinheiro, e ela ter cavado uma sepultura dessa pra ela. Não esperei que ela fosse conseguir fazer isso, foi muito triste pra nós”, disse Valdemar em entrevista à GloboNews.
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Valdemar Costa Neto afirma que a entrevista que ela deu ao anunciar que estava nos Estados Unidos e que depois seguiria para a Itália foi um “desastre”. Para ele, Carla Zambelli não deveria ter viajado para a Europa pois, na visão dele, estaria ainda em liberdade se tivesse ficado no país norte-americano.
“Da Carla é difícil [manter o mandato na Câmara], porque o processo dela era difícil na época em que estava no Supremo [da invasão ao CNJ]. Ela errou, porque ela faz as coisas, coitada, pela cabeça dela. Ela devia ter ficado nos Estados Unidos, e ir para Itália por ter passaporte italiano não é salvo conduto”, pontuou.
Ainda segundo o dirigente partidário, um provável auxílio de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a ela nos Estados Unidos nem sequer passou pela cabeça da deputada. Carla Zambelli foi reeleita ao cargo de deputada federal nas eleições de 2022 com mais de 946 mil votos, sendo uma das mais votadas no estado de São Paulo.
Ela, no entanto, foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado, multa de R$ 2 milhões por danos materiais e morais e perda do mandato e a inelegibilidade por 8 anos. No entanto, a cassação ainda precisa ser avaliada pela Câmara dos Deputados.
A condenação teve como base a participação de Zambelli no esquema que resultou na invasão do sistema do CNJ, com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. Ele foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão, também em regime fechado, e deverá pagar a multa solidariamente com a parlamentar. O relator classificou as ações como graves ameaças à segurança institucional.
Em sua defesa, Zambelli afirmou ser alvo de perseguição. “Sou vítima de uma perseguição política que atenta não apenas contra minha honra pessoal, mas também contra os princípios mais elementares do Estado de Direito”, declarou a deputada na época.