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Organizações humanitárias afirmam que a remoção das bombas e munições não detonadas em Gaza pode se estender por até três décadas. O alerta foi feito por Nick Orr, especialista do grupo Humanity & Inclusion, que descreveu o território como uma das áreas mais perigosas do planeta após os dois anos de guerra entre Israel e Hamas.
De acordo com dados coordenados pela ONU, mais de 50 pessoas já morreram e centenas ficaram feridas por explosivos remanescentes dos bombardeios. O cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos abriu caminho para o início dos trabalhos, mas a tarefa é descrita como “colossal” diante das milhões de toneladas de escombros espalhadas pelo enclave.
Operação limitada e falta de acesso
Nick Orr compara a atual situação à das cidades britânicas após a Segunda Guerra Mundial: “A limpeza completa é impossível; parte do material está soterrada e será descoberta por futuras gerações”, disse. Ele faz parte de uma equipe de sete técnicos que deve começar a mapear áreas críticas, como hospitais, padarias e redes de abastecimento, nos próximos dias.
Apesar da urgência, Israel ainda não liberou a entrada de equipamentos e técnicos estrangeiros necessários à operação. O órgão militar israelense COGAT impede a entrada de ferramentas classificadas como de “uso duplo”, ou seja, com possível aplicação militar. Orr explicou que busca autorização para neutralizar bombas queimando-as, sem explosões, para evitar que sejam reaproveitadas por milícias locais.
O especialista também defendeu a criação de uma força internacional temporária, proposta incluída no atual plano de cessar-fogo, para garantir segurança às equipes de desminagem. Sem uma estrutura desse tipo, o trabalho de descontaminação pode se tornar inviável. Segundo Orr, “sem acesso e proteção, Gaza continuará sendo uma armadilha explosiva por muitos anos”.
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