Você já imaginou um lugar tão distante que, mesmo com toda nossa tecnologia, não conseguimos ver tudo o que acontece por lá? É exatamente isso que acontece no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Em um ponto distante existe um buraco negro supermassivo chamado Sagitário A, e ele está ativo diariamente.

O buraco negro não oferece perigo à Terra (Foto: Reprodução/Instagram @nasa)

Recentemente, um estudo revelou que o Sagitário A, localizado a cerca de 250 quatrilhões de quilômetros da Terra (sim, você leu certo, quatrilhões), não é só um buraco negro “calmo” como muitos imaginavam. Na verdade, ele “explode” até seis vezes por dia, de maneira aleatória e intensa, de um jeito que os cientistas apelidaram de “fogos de artifício cósmicos”.

Um dos telescópios mais tecnológicos e precisos criados pela NASA, o Telescópio Espacial James Webb, é o responsável por captar essa informação.

O que é o Sagitário A?

O Sagitário A não é só um buraco negro qualquer. Ele fica na fronteira das constelações de Sagitário e Escorpião, e foi descoberto em 1972. Ele tem uma massa de mais de 4 milhões de vezes a massa do nosso Sol. E o que faz esse buraco negro tão interessante? Ele não é apenas uma “poça” de gravidade, mas um centro de atividade cósmica que afeta todo o que está ao seu redor. Imagine um lugar onde a gravidade é tão forte que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar. Isso é o Sagitário A.

Recentemente, foi descoberto que o buraco negro emite um brilho borbulhante e intenso que muda constantemente. Não se trata de um brilho tranquilo, mas de explosões de luz que vão e voltam, e que ocorrem várias vezes ao dia. Esses flashes são bem diferentes entre si, mas são tão regulares que os cientistas começaram a comparar esses fenômenos com fogos de artifício cósmicos.

Como os cientistas estudam essas explosões?

Com o James Webb, os especialistas conseguem observar as erupções na distância de 250 quatrilhões de quilômetros e puderam analisar o disco de acreção do Sagitário A, uma espécie de “última fronteira” de luz antes de ser engolida pelo buraco negro. Esse disco ao redor do buraco negro emite explosões de luz com frequência, o que levou os cientistas a questionarem o que está gerando essa atividade toda.

O astrofísico Farhad Yusef-Zadeh, da Universidade Northwestern, explica que ainda não existe um padrão claro para as explosões. Algumas são pequenas, semelhantes a erupções solares, enquanto outras são muito mais intensas, provavelmente causadas por reconexões magnéticas, que ocorrem quando campos magnéticos de objetos ao redor do buraco negro se colidem, liberando uma enorme quantidade de energia e partículas aceleradas.

Veja uma ilustração do James Webb compartilhada pela NASA:

O futuro da pesquisa: monitorando o Sagitário A

O ruído nas observações é um obstáculo que dificulta a identificação de detalhes mais sutis das explosões. Por isso, eles planejam realizar observações mais longas e intensas, monitorando o Sagitário A por até 24 horas seguidas.

Com essa abordagem, será possível reduzir o ruído e tentar perceber se as explosões seguem um padrão ou se acontecem aleatoriamente. “Isso seria incrível. Conseguir ver as características das explosões que antes não conseguimos captar é um grande avanço na nossa pesquisa”, diz Yusef-Zadeh.



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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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