A ação foi realizada por técnicos da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Comando de Polícia Ambiental. Como resultado das notificações feitas durante a operação, nove pessoas foram responsabilizadas, incluindo o gerente da empresa, que foi encaminhado para a delegacia para responder criminalmente diante das infrações ambientais constatadas.
Entre as irregularidades identificadas estão a poluição do solo por vazamento de óleo, a poluição hídrica da Baía de Guanabara, a operação de descomissionamento sem licença ambiental e o acondicionamento irregular de produtos perigosos. Cabe ressaltar que em agosto de 2024, a empresa já havia sido notificada pelo Inea para interromper suas atividades devido a um abuso de licença, uma vez que o estabelecimento possuía permissão municipal apenas para reparo de embarcações, não para descomissionamento.
O secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, reforçou o compromisso do governo estadual em combater os crimes ambientais, destacando a importância do trabalho de fiscalização e inteligência para a despoluição da Baía de Guanabara. Esta operação é a segunda realizada este ano com o objetivo de fechar estaleiros irregulares no estado, após a interdição de outro local na semana passada, no Caju, que funcionava sem licença para o descarte de materiais.
A descoberta das atividades ilegais executadas pelo estaleiro foi resultado de uma denúncia recebida pelo Inea, que então iniciou uma investigação e monitoramento por três semanas. Durante esse período, foi observada a retirada inadequada de peças de navios, sem cuidados ambientais e exposto os trabalhadores a materiais tóxicos. Além disso, as autoridades constataram a presença de resíduos contaminantes nos navios, como óleos lubrificantes, mercúrio, amianto e chumbo, que representam riscos ambientais e à saúde pública.
Para operar de forma legal, além de ter o credenciamento adequado, os estaleiros devem possuir um plano de descarte com critérios técnicos de reciclagem e proteção ambiental. É fundamental observar os cuidados com a contaminação das águas e do lençol freático pelos produtos químicos armazenados nos cascos dos navios, visando a preservação do meio ambiente e a saúde da população.