A notícia de que o presidente Lula se encontrará com Donald Trump na próxima semana gerou reações mistas no Brasil. Enquanto o Planalto comemora a possibilidade de um diálogo direto entre os dois líderes, alguns bolsonaristas veem o encontro com ceticismo, prevendo um “desastre” para o petista.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, eles acreditam que, com a atual guerra econômica de Trump contra o Brasil, o encontro pode colocar Lula em uma posição desconfortável, forçando-o a justificar políticas internas.
Desde que Trump iniciou sua política de sanções contra o Brasil, líderes próximos a Jair Bolsonaro sugeriram que Lula deveria buscar uma conversa direta com o americano. Contudo, a expectativa entre esses aliados era de que Trump colocasse o presidente brasileiro em uma situação difícil, como aconteceu com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em maio.
Durante a visita de Ramaphosa à Casa Branca, Trump o confrontou sobre um suposto “genocídio branco” no país africano, projetando um vídeo com recortes de reportagens sobre o tema, o que gerou um grande desconforto.


Agora, parte dos bolsonaristas acredita que Lula terá que se explicar sobre temas sensíveis, como a posição do PT contra a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e as regulamentações sobre as redes sociais que o governo brasileiro vem defendendo.
Apesar do pessimismo de alguns setores bolsonaristas, o deputado Eduardo Bolsonaro comemorou o “convite” de Trump para Lula. Ele, que tem promovido uma articulação golpista nos Estados Unidos para buscar sanções contra o Brasil, vê a conversa como uma oportunidade rara para Lula.
“Na verdade, Lula agora é que está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa”, afirmou Eduardo em suas redes sociais.