Apontado como intermediário do esquema de descontos irregulares em benefícios do INSS e sócio de Antonio Carlos Camilo Antunes, o chamado Careca do INSS , Rubens Oliveira Costa teve a prisão decretada por falso testemunho à CPMI do INSS. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos) afirmou que a prisão em flagrante, que foi executada pela Polícia Legislativa nesta segunda-feira à noite , foi decretada também pelo crime de ocultação de documentos, diante da investigação em curso. Rubens Oliveira Costa é acusado de ter sido um facilitador do esquema de descontos irregulares em aposentadorias. Ele teria sido responsável por transações financeiras para lavar dinheiro e pagar propinas. Rubens Oliveira Costa negou ter sido sócio do “Careca” do INSS. Ele afirmou que prestava serviço às companhias como administrador financeiro.
Em abril de 2025, a Polícia Federal deflagrou a operação “Sem Desconto” para investigar e desmantelar o esquema de fraudes do INSS, que entre 2019 e 2025 – portanto ao longo do governo Bolsonaro e parte do governo Lula – desviou valores estimados em R$ 6,3 bilhões. Por meio de associações e sindicatos, criminosos registravam beneficiários sem autorização, utilizando documentos falsos ou assinaturas fraudulentas para que mensalidades fossem descontadas diretamente de seus pagamentos. A CPMI do INSS é formada por 15 senadores e 15 deputados, além de mais um integrante de cada Casa representando a Minoria. Ela foi instalada em 20 de agosto no retorno do recesso parlamentar de julho.
Os trabalhos da CPMI devem se estender até março de 2026, ano eleitoral, por isso mesmo, com potencial para se tornar uma comissão explosiva para todos os grupos políticos. Até aqui, a CPMI do INSS tem alcançado menor visibilidade, com o Congresso Nacional mergulhado em discussões como a PEC da Blindagem e o Projeto de Lei da “Dosimetria”, que substitui a anistia ampla reivindicada por bolsonaristas aos condenados na trama golpista com a redução de penas.
Foi início de semana em alta temperatura, com grandes mobilizações de rua neste domingo contra a PEC da Blindagem e a proposta de anistia, além de novas sanções anunciadas pelo governo norte-americano contra autoridades brasileiras, o que deverá empurrar para a semana que vem a votação do Projeto de Lei da Dosimetria, que deverá ser repensado, como declarou o relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Por tudo isso, a CPMI do INSS segue tentando cavar o seu espaço no noticiário. Para esta quinta-feira, pretende ouvir o “Careca do INSS”, que está preso desde 12 de setembro. Ele é o lobista apontado pelo inquérito da Polícia Federal como principal operador dos descontos bilionários nos benefícios pagos.