O suposto ataque a uma base militar na Venezuela: vídeos que circulam dizendo mostrar uma base venezuelana atacada não correspondem à realidade. O episódio confirmado ocorreu na Colômbia, em Cali, nas proximidades da Base Aérea Marco Fidel Suárez.
Um caminhão com explosivos foi detonado, e o ataque foi classificado como ato terrorista pelas autoridades colombianas. O prefeito Alejandro Éder confirmou mortos e feridos, e até agora nenhum grupo assumiu a autoria. O governo ofereceu recompensa milionária para identificar os responsáveis.
Além disso, no mesmo período, um helicóptero UH-60 Black Hawk da Polícia Nacional foi derrubado por um drone armado durante operações contra grupos ligados ao narcotráfico e às dissidências das FARC. Esse conjunto de eventos explica a confusão e a associação equivocada feita em redes sociais.
A presença de caças F-22 e F-35 sobre a Venezuela
Não há nenhuma evidência ou confirmação de que caças furtivos norte-americanos F-22 Raptor ou F-35 Lightning II tenham sobrevoado a Venezuela. Fontes do próprio Departamento de Defesa dos EUA e análises de veículos especializados em defesa afirmam que os aviões deslocados para a região são outros:
- Boeing P-8A Poseidon, usados em patrulha marítima e combate ao narcotráfico.
- AV-8B Harrier II e helicópteros embarcados no USS Iwo Jima, empregados pelo Corpo de Fuzileiros Navais.
Esses meios têm foco em vigilância e operações logísticas, não em ataques aéreos diretos contra a Venezuela. Portanto, os vídeos que circulam são, na melhor das hipóteses, montagem ou material fora de contexto.
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Contexto geopolítico
O ponto central é que uma ofensiva militar direta contra Caracas seria arriscada demais para Washington. A Venezuela tem apoio estratégico de Rússia e China, tanto em armamentos como em investimentos energéticos.
Uma intervenção poderia desencadear uma crise internacional em plena América do Sul. Por isso, a linha adotada pelos EUA, tanto sob Trump como agora, tem sido a de pressão diplomática, sanções e operações de inteligência, e não um confronto aéreo direto.
Em resumo:
- O ataque foi real, mas na Colômbia, não na Venezuela.
- Não há registros confiáveis de F-22 ou F-35 sobrevoando o espaço aéreo venezuelano.
- O reforço americano na região existe, mas com foco em narcotráfico, não em guerra direta contra Maduro.
Em tempos de redes sociais, é fundamental ter cautela antes de acreditar ou compartilhar qualquer conteúdo que viraliza na internet. Vídeos e imagens fora de contexto podem facilmente ser usados para espalhar desinformação, como ocorreu neste caso, em que um ataque ocorrido na Colômbia foi apresentado como se tivesse acontecido na Venezuela. Sempre busque confirmar a informação em veículos de imprensa reconhecidos ou em fontes oficiais antes de repassar adiante, essa atitude simples ajuda a evitar que rumores se transformem em “verdades” que só confundem a opinião pública.