Duas praias de Matosinhos e outra de Vila do Conde foram declaradas impróprias para banhos pela Agência Portuguesa do Ambiente. As águas apresentam valores de contaminação acima do normal.
Foi o Rio Onda que trouxe a descarga de resíduos orgânicos às praias de Angeiras Norte, em Matosinhos, e de Labruge, em Vila do Conde, levando a Agência Portuguesa do Ambiente a desaconselhar a prática balnear nos tempo mais próximo
A descarga teve origem na Lactogal, uma empresa de lacticínios de Vila do Conde, que já lamentou a situação.
Em comunicado enviado às redações, a Lactogal explica que se tratou de uma descarga de resíduos biodegradáveis, considerados “verdes”, ou seja, passíveis de tratamento biológico.
Acontece que a Agência Portuguesa do Ambiente classifica os resíduos de “cor de laranja”, o que dificulta a recolha e o tratamento em infraestruturas que apenas aceitam efluentes com a classificação “verde”.
Sem capacidade imediata de resposta, a Lactogal viu-se obrigada a descarregar os efluentes no Rio Onda, sob o argumento de que a interrupção da ordenha das vacas que sustentam a produção, diária e contínua, levaria à morte de muitos animais.
Mais aa sul, na Praia de Matosinhos, os banhistas mais afoitos ignoraram os avisos da Agência Portuguesa do Ambiente, que detetou índices anormais de contaminação microbiógica. Um problema antigo, cuja origem começa nas ribeiras da Riguinha e de Carcavelos, que desaguam na fronteira dos concelhos do Porto e de Matosinhos
O hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, que analisa estas águas de 15 em 15 dias, aponta um outro foco de poluição que tende a ser descurado.
Esta é a terceira vez este ano que a maior praia do Grande Porto, frequentada, diariamente, por milhares de banhistas, apresenta índices e contaminação microbiológica acima do desejável.