Elias Gleizero eterno Padre Olavo da novela icônica Terra Nostra (1999), da TV Globo, nos deixou em 2015, aos 81 anos de idade. Sua morte foi marcada por um trágico acidente que comoveu o público e o meio artístico, interrompendo a trajetória de um dos atores mais queridos da televisão brasileira.
O público guarda na memória a imagem do ator, que frequentemente interpretava figuras doces e paternas, sendo carinhosamente chamado de “vovô” da televisão, apesar de nunca ter se casado ou tido filhos na vida real. Seu papel como Padre Olavo em Terra Nostraum conselheiro na fazenda de Gumercindo (Antonio Fagundes), é um dos mais lembrados de sua vasta carreira.
O acidente que levou à morte de Elias Gleizer
O falecimento de Elias Gleizer, cujo nome de batismo era Ilicz Glejzerocorrido no dia 16 de maio de 2015, no Rio de Janeiro. A causa oficial da morte foi falência circulatória em decorrência de uma broncopneumonia, mas este quadro de saúde grave foi desencadeado por um acidente ocorrido 10 dias antes.
Em 6 de maio de 2015, o ator sofreu uma queda em uma escada rolante enquanto se deslocava para uma consulta odontológica em Copacabana. O tombo foi grave, resultando na fratura de cinco costelas e na perfuração de uma cartilagem.
Elias Gleizer foi prontamente internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, onde seu estado de saúde se agravou rapidamente. Além das lesões traumáticas, o ator desenvolveu uma broncopneumonia, que levou à falência circulatória e, consequentemente, à sua morte.
Os problemas de saúde já enfrentados há alguns anos, incluindo um problema renal crônico desde 2011, o que contribuiu para uma rápida piora de seu quadro após o acidente. A perda de Gleizer, que fez mais de 50 trabalhos na televisão, gerou uma grande comoção nacional, sendo noticiada por toda a grande imprensa.
A carreira de Elias Gleizer
Nascido em 4 de janeiro de 1934, em São Paulo, filho de imigrantes judeus poloneses, Elias Gleizer teve uma carreira que se estendeu por mais de cinco décadas, com atuações marcantes em diversas emissoras, incluindo TV Tupi, SBT e, principalmente, TV Globo, onde consolidou sua trajetória.
Embora o Padre Olavo de Terra Nostra seja um de seus papéis mais gravados, Gleizer brilhou em muitas outras produções. Sua facilidade em interpretar personagens carismáticos e comoventes o levou a papéis de “bom velhinho” que conquistaram o público de todas as idades:
- Tio Zé (Mazurgski) em Sonho meu (1993): Um dos seus trabalhos mais populares, onde declarou seu lado mais doce e paterno.
- Vô Pepe em Era Uma Vez… (1998): Outro papel de avô, misto de agricultor e carpinteiro, que era o coração da família.
- Jairo em Tieta (1989): Um personagem que marcou uma trama de sucesso.
- Frei José em Sinhá Moça (2006): Reforçando sua marca em papéis religiosos.
Gleizer fez questão de brincar em depoimentos sobre a recorrência de seus papéis na teledramaturgia: “Fiz mais de cinco novelas com crianças. Tenho cara de vovô. Mas fiz mais novelas de padre. Foram dez pais. Também fiz frei, só não consegui ser bispo“, se divertiu ele em entrevista ao Memória Globoem 2011.
Os últimos trabalhos na TV
A dedicação de Elias Gleizer à arte foi tamanha que o ator continuou emendando trabalhos até seus últimos anos de vida. Suas últimas aparições em novelas da TV Globo foram: em Flor do Caribe (2013) e Boogie Oogie (2014), onde interpretou um padre chamado Cláudio, sendo este seu último papel na televisão.
Legado e homenagens
Elias Gleizer jamais se casou ou teve filhos, mas se encontrou na sua arte e na relação com colegas e fãs de sua “grande família”, como ele mesmo dizia. Sua morte em 2015 foi sentida por toda a classe artística, que destacou sua generosidade, profissionalismo e o olhar doce que marcaram seus personagens.
Seu corpo foi sepultado no Cemitério Israelita de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em uma cerimônia discreta, mas transmissões de emoção, reafirmando o carinho de todos pelo ator que trouxe tantos personagens inesquecíveis para a teledramaturgia brasileira.
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