Os crimes contra bancos e instituições financeiras de forma física e violenta praticamente deixaram de existir no país, mas essas ações deram lugar a uma modalidade cada vez mais frequente: os crimes digitais. A avaliação é do delegado Felipe Colombari, chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, em Uberaba, ao comentar a redução drástica de ataques armados a agências bancárias e o crescimento expressivo de golpes aplicados pela internet.
Segundo Colombari, ações como explosões de bancos e ataques do chamado “novo cangaço” se tornaram raras em Minas Gerais, especialmente pelo envolvimento de muitas pessoas e pelo alto risco a integridade física dos próprios criminosos. “Esse tipo de ação caiu de forma muito acentuada. Saímos de centenas de ocorrências por ano para uma ou duas. É uma modalidade que envolve muita gente, alto risco e violência, e a própria criminalidade percebeu que não compensa mais”, explicou.
Em contrapartida, o delegado destaca que houve uma migração clara para o ambiente virtual. “Hoje, o crime é digital. Com um celular ou um computador, muitas vezes até de dentro de um presídio, o criminoso consegue fazer mais dinheiro do que em um assalto a banco, sem correr risco de confronto ou troca de tiros”, afirmou.
Colombari ressaltou que o aumento desse tipo de crime é exponencial e, por isso, Uberaba mantém estrutura específica para esse enfrentamento, por meio da Delegacia de Estelionatos, que tem foco especial nos golpes digitais. Ainda assim, é difícil de mensurar, justamente pela complexidade das investigações. “É um crime muito mais difícil de apurar. Não há flagrante, a investigação é longa e exige rastreamento técnico, mas é hoje uma das principais frentes de atuação da Polícia Civil”, pontuou.
Para o delegado, esses episódios reforçam a transformação do crime. “O físico praticamente desapareceu, enquanto o digital cresce de forma acelerada”, concluiu.
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