O diretor da estatal russa de energia atômica, Rosatom, Alexey Likhachev, alertou nesta quinta-feira (19) que um eventual ataque à usina nuclear de Bushehr, no Irã, poderia resultar em uma catástrofe semelhante ao desastre de Chernobyl, ocorrido em 1986.
“Se um ataque for realizado… será uma catástrofe comparável a Chernobyl”, afirmou o executivo, segundo a agência russa RIA Novosti.
Situada na costa do Golfo Pérsico, Bushehr é a única usina nuclear atualmente em operação no Irã, construída com apoio da Rússia e com presença de técnicos russos. Apesar das especulações recentes, essa instalação não foi alvo dos ataques confirmados desta quinta-feira.
O alerta russo ocorre em meio à crescente tensão na região, após Israel ter confirmado um ataque à instalação nuclear de Khondab, perto da cidade de Arak, que abriga um reator de pesquisa de água pesada ainda em construção. Segundo militares israelenses, o alvo incluía estruturas capazes de produzir plutônio, material que, assim como o urânio enriquecido, pode ser usado para fins militares.
No caso de Bushehr, o temor global é que qualquer ofensiva atinja diretamente o reator em funcionamento, com risco de vazamento radioativo na região do Golfo. A preocupação aumentou após declarações conflitantes de autoridades israelenses: um porta-voz chegou a afirmar que a planta havia sido atingida, mas a informação foi logo classificada como um equívoco por outro oficial, que se recusou a confirmar ou negar o ataque.
Scott Roecker, vice-presidente da Iniciativa de Ameaça Nuclear, afirmou à CNN que, caso a usina de Bushehr fosse atingida, haveria grande risco de dispersão de radiação.
Diante da tensão, Likhachev classificou a possibilidade de ataque como algo “além do mal” e informou que dezenas de técnicos russos foram removidos do local por precaução, conforme noticiado pela imprensa estatal russa.
Também nesta quinta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reforçou a preocupação de Moscou e disse que o Kremlin monitora a situação de perto, especialmente por conta da presença de cidadãos russos em Bushehr.
*Com informações de Agências Internacionais.
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