É comum que as pessoas tomem mais cuidado ao usarem o banheiro fora de casa, principalmente o público feminino, que busca manter certa distância dos assentos de privadas. Esse é um daqueles hábitos passados de pai para filho. Mas, afinal, quais são os riscos dos toaletes públicos? É realmente possível contrair doenças dos vasos sanitários?
Os perigos das privadas
Um dos principais receios quando o assunto é a contaminação em banheiros são as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como gonorreia ou clamídia. Especialistas explicam, no entanto, que as bactérias e vírus responsáveis por transmiti-las não conseguem sobreviver por muito tempo fora do organismo.
Por isso, mesmo que a pessoa diagnosticada com uma dessas enfermidades deixe fluidos corporais no assento, dificilmente resultará no contágio daqueles que o usarão posteriormente. “Se vasos sanitários pudessem transferir DSTs [com facilidade], nós as veríamos frequentemente em todas as faixas etárias e em pessoas sem histórico de atividade sexual“, apontou a professora de Saúde Pública e Microbiologia, Jill Roberts, à ‘BBC’.
A profissional afirmou, contudo, que as doenças sexualmente transmissíveis com vida mais longa podem representar um risco real, já que seus patógenos sobrevivem até uma semana em superfícies diversas. Roberts cita o vírus do papiloma humano (HPV) e ressalta que o perigo está, principalmente, nas verrugas. Isso porque elas transmitem o microrganismo para as privadas, possibilitando que ocorra a contaminação de outros indivíduos ao entrarem em contato com feridas ou irritações.
A região externa pode ser mais perigosa
Entretanto, na opinião de profissionais, a possibilidade de contrair doenças em banheiros está mais relacionada às mãos do que às partes íntimas. Eles sugerem que um simples toque no assento, na descarga e até na porta ocasiona o contágio por bactérias ou vírus. Em seguida, esses agentes conseguem adentrar o corpo por meio da boca ou dos olhos.
Assim, como consequência, desencadeiam problemas gastrointestinais, levando a náuseas, vômitos e diarreia. Há ainda o risco de contaminação em decorrência do “espirro da privada”. De acordo com estudiosos, quando a descarga é acionada, os microrganismos são expelidos no ar e, se a tampa estiver aberta, resultarão em infecções.
Como se proteger em banheiros públicos?
Portanto, especialistas recomendam evitar ao máximo tocar em qualquer item presente no banheiro e tampar a privada logo após o uso. Além disso, eles indicam sair do local imediatamente, a fim de reduzir as chances de contágio. Outra dica é esperar, se possível, cerca de 10 minutos antes de adentrar a cabine depois de outra pessoa.
Deixar o celular guardado enquanto utiliza o toalete também é aconselhável. O fator mais importante, no entanto, é lavar as mãos. O Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos orienta higienizá-las por pelo menos 20 segundos.