A ascensão da agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) e a demanda por transparência corporativa incluíram fatores decisivos para o mercado global. Nesse contexto, a APRO (Associação Brasileira de Produtoras de Obras Audiovisuais) anuncia o lançamento da Plataforma Reframe, um guia abrangente e inovador de boas práticas para a produção de obras audiovisuais.
O Reframe é resultado de um trabalho iniciado em 2019, inspirado em referências internacionais de destaque, como AdGreen e GreenTheBid. Sua força está na adaptação ao contexto brasileiro, com a inclusão de um sistema de avaliação ESG que traz mais transparência, mensurabilidade e objetividade aos indicadores ambientais, sociais e de governança do setor.
O desenvolvimento da plataforma conta com a expertise da Action Labs e da plataforma Jundu Climate, para construção de uma ferramenta que alia rigor técnico, inovação e identidade local. A agência Droga5 foi responsável pelo naming, pela estratégia de posicionamento e pela identidade visual, traduzindo o propósito da iniciativa em uma marca dinâmica e adaptável. Com um Manual Verde, uma calculadora de emissões e um sistema de pontuação ESG, a plataforma tem como objetivo transformar o ESG em um diferencial competitivo tangível.
A presidente executiva da APRO, Marianna Souza, reforça a importância da iniciativa. “A APRO tem o compromisso de não apenas fomentar o setor, mas também liderou as transformações realizadas para um futuro mais responsável. O Reframe materializa esse compromisso, oferecendo às produtoras as ferramentas necessárias para medir e comunicar seu desempenho, alinhando-as com as expectativas de governança do mercado global e de consumo consciente da sociedade. É uma contribuição que deixamos para o mercado, incentivando a aplicação da sustentabilidade em toda a cadeia de valor do audiovisual.”
Para garantir o rigor técnico e a mensurabilidade do pilar Ambiental, o coração do componente ambiental do Reframe é uma calculadora de emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa). Desenvolvida em colaboração com a Jundu Climate, é uma adaptação robusta do protocolo global GHG, ajustada para a realidade da produção audiovisual brasileira, mapeando as principais fontes de emissão nas fases de pré, produção e pós.
A incorporação dessas práticas no universo do entretenimento tem se mostrada uma ferramenta poderosa para mudanças positivas. Segundo um estudo da Sustainable Production Alliance, publicado em 2021, revelou que a produção de um filme pode emitir entre 391 toneladas até 3.370 toneladas de carbono na atmosfera. A título de comparação, segundo a revista Time, a quantidade de carbono gerada em produções como Oppenheimer e Barbie é suficiente para abastecer 656 casas por um ano.
Lucas Pereira, sócio e um dos fundadores da Jundu Climate, responsável pela parte técnica da plataforma, enfatiza o valor estratégico da ferramenta. “O Reframe é um acelerador na transição do setor para uma atuação mais responsável. O diferencial é trazer números e uma metodologia robusta para que as empresas do setor possam atingir seus objetivos. Há uma exigência crescente dos clientes e das grandes multinacionais para que as empresas tenham produtos com menos impacto ambiental. A avaliação objetiva e transparente do Reframe é a pontapé para que as produtoras incluam isso em seu posicionamento, tornando-se um diferencial competitivo e um indicador de compliance ambiental e de governança para o mercado”, comenta.
