Apenas sete países atingiram os padrões de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024, de acordo com dados divulgados pela empresa suíça IQAir.
Chade e Bangladesh estão na liderança da lista dos locais mais poluídos do mundo, com níveis médios de poluição atmosférica mais de 15 vezes superiores às diretrizes oficiais.
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O estudo analisou dados de mais de 40 mil estações de monitoramento do ar em 138 países. Os resultados mostraram que apenas Austrália, Nova Zelândia, Bahamas, Barbados, Granada, Estônia e Islândia cumpriram as especificações da OMS de PM2.5 (partículas em suspensão) de 5 microgramas por metro cúbico.
Segundo o Relatório IQAIR da Qualidade do Ar Mundial, a maioria da população mundial continua a respirar ar sujo, uma vez que os níveis de poluição ultrapassam os limites recomendáveis em quase todas as regiões. Em 126 dos 138 países analisados, os níveis de poluição superavam os limites de segurança.
“A poluição do ar continua a ser uma ameaça crítica à saúde humana e à estabilidade ambiental, ainda assim, vastas populações continuam sem estar a par dos níveis a que estão expostos”, afirmou Frank Hammes, CEO da IQAir. Esse é o segundo fator de risco para a morte, em nível global, sendo responsável por 8,1 milhões de mortes em 2021, segundo dados publicados pelo Health Effects Institute, em 2024.
A região metropolitana menos poluída fica em Porto Rico, na cidade Mayaguez, que registou uma concentração anual de PM2.5 de apenas 1,1 micrograma por metro cúbico. Já a área com maior poluição é Byrnihat, na Índia, com um valor alarmante de 128,2 microgramas por metro cúbico de PM2.5.
América Latina
Na América Latina, a situação melhorou tanto em qualidade quanto na coleta de dados, segundo o estudo. Com apenas uma exceção, vinda do Brasil. Os incêndios florestais no país em 2024 “impactaram vastas áreas da América Latina, com níveis de PM2,5 em algumas cidades de Rondônia e Acre que quadruplicaram em setembro”.
Pesquisadores da empresa suíça alertam que mudanças climáticas possuem um papel cada vez maior no aumento da poluição. As temperaturas mais altas causam incêndios florestais intensos e prolongados, que devastaram partes do Sudeste Asiático e da América do Sul, ocasionando em uma qualidade do ar ruim.
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No Brasil, 50 cidades informaram dados da qualidade do ar para o relatório. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, os padrões são estabelecidos em nível nacional pela Resolução Conama nº 506/2024. Os parâmetros são medidos por partículas totais em suspensão (PTS), fumaça, partículas inaláveis (MP10 e MP2,5), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2) e chumbo (Pb).