Um laudo de um laboratório contratado por pescadores identificou níveis anormais de diversos resíduos na água do Rio Grande, na divisa entre Fronteira (MG) e Icém (SP). Os resultados sugerem que o efluente lançado no rio não está dentro dos padrões ambientais, o que representa sérios riscos para o meio ambiente e para o consumo humano, já que a água é utilizada para abastecimento.
Denúncia e Análise
As suspeitas começaram quando pescadores e moradores da região notaram um cheiro forte e espuma branca no rio, acreditando que o problema estava relacionado a um possível despejo de esgoto pela Copasa, empresa responsável pelo saneamento em Minas Gerais. O empresário Danilo Linares Sant’Ana, que tem um rancho na área, decidiu contratar um laboratório particular para analisar a água.
A análise confirmou as suspeitas, revelando quatro inconformidades graves com a legislação ambiental. Os exames mostraram que componentes como sólidos sedimentáveis, nitrogênio amoniacal e os metais pesados cobre e ferro estavam em concentrações muito acima do permitido. Por exemplo, o nível de nitrogênio amoniacal estava quatro vezes maior que o limite legal, uma quantidade tóxica para a vida aquática.
Lançamento de Esgoto Bruto e Reação das Autoridades
Além dos resultados laboratoriais, uma inspeção visual identificou o que parecia ser esgoto bruto sendo despejado em um córrego que deságua no Rio Grande. A presença de urubus na área, atraídos pela decomposição de matéria orgânica, reforça a hipótese de falha no sistema de tratamento.
O relatório sugere que o caso seja enviado ao Ministério Público de Minas Gerais para que a Copasa seja notificada a tomar medidas corretivas imediatas. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que também enviará técnicos para coletar e analisar amostras da água. Em 2023, uma denúncia similar foi investigada, mas um relatório da Cetesb na época não apontou irregularidades, uma situação que agora é contestada pelos novos exames.