Durante datas comemorativas como a Páscoa, é comum presentear crianças com chocolates. No entanto, esse gesto pode representar um risco para quem possui alergias alimentares. Segundo a alergologista Amanda Plácido – (RQEs 17086 – 15355) Muitos produtos industrializados, mesmo aqueles considerados mais puros, podem conter ingredientes capazes de desencadear reações adversas. Por isso, a atenção aos detalhes na escolha dos alimentos é fundamental para evitar situações de emergência. O chocolate, apesar de ser um dos doces mais populares, frequentemente apresenta em sua composição traços de leite, amendoim, soja, trigo e castanhas. Esses elementos estão entre os principais responsáveis por alergias em crianças e adultos. Além da presença direta desses ingredientes, é fundamental observar os avisos sobre possibilidade de contaminação cruzada no rótulo. Muitos produtos podem conter “traços de alérgenos” devido ao processo de fabricação, mesmo que esses ingredientes não estejam claramente listados.
Por isso, a leitura cuidadosa dos rótulos deve sempre incluir a verificação de menções a “pode conter”, “contém traços de” ou “produzido em equipamentos que processam” alérgenos. O diálogo com os responsáveis pelas crianças é uma atitude essencial para garantir a segurança alimentar durante celebrações e encontros.
Quais são os principais alimentos que causam alergia em crianças?
Leite de vaca, ovos, amendoim, trigo, soja, peixes e frutos do mar, castanhas estão entre os alimentos que mais provocam reações alérgicas em crianças. Esses itens podem estar presentes em receitas, doces e até em produtos industrializados aparentemente inofensivos. Além disso, a contaminação cruzada durante o preparo ou armazenamento dos alimentos pode ser suficiente para desencadear uma crise alérgica, mesmo que o ingrediente não esteja listado de forma clara na embalagem.
O trigo também é reconhecido como um dos principais alérgenos alimentares que podem causar reações alérgicas graves em crianças, por isso sua presença ou traços devem ser rigorosamente observados nos rótulos.
Entre os sintomas mais comuns das alergias alimentares estão urticária, inchaço, dificuldade para respirar, vômitos, diarreia, coceira na boca, lábios ou garganta e coceira na pele. Em casos mais graves, pode ocorrer anafilaxia, uma reação que exige atendimento médico imediato. Por isso, é importante estar atento aos sinais e agir rapidamente diante de qualquer suspeita.
Como identificar alimentos seguros para crianças alérgicas?
Para garantir a segurança das crianças com alergias, a recomendação é sempre verificar os rótulos dos produtos antes de oferecer qualquer alimento. Muitas embalagens trazem alertas sobre a presença de alérgenos ou possíveis traços de ingredientes como leite, amendoim, trigo e castanhas. É fundamental, além de checar a presença direta de ingredientes alergênicos, verificar no rótulo as informações sobre “traços de alérgenos”, como “pode conter”, “contém traços de” ou “processado em equipamentos que processam” outros alérgenos. Essa atenção é essencial para evitar episódios alérgicos decorrentes da contaminação cruzada. Conversar com os pais ou responsáveis é uma medida indispensável para evitar riscos desnecessários.
Ao analisar rótulos de alimentos para crianças alérgicas, nunca se limite apenas à lista de ingredientes. Certifique-se de procurar indicações sobre a possibilidade de traços de alérgenos, verificando cuidadosamente frases como “pode conter”, “contém traços de” ou “produzido/ processado em equipamentos que processam” os principais alimentos alergênicos. Esse cuidado adicional é essencial para evitar reações mesmo quando o ingrediente principal não está listado diretamente.
- Leia atentamente a lista de ingredientes e os avisos de alergênicos. Verifique também se há informações sobre “traços de alérgenos” ou frases como “pode conter” no rótulo.
- Prefira alimentos frescos e preparados em casa, quando possível.
- Evite oferecer alimentos industrializados sem confirmação prévia.
- Em festas e eventos, pergunte sempre sobre restrições alimentares.
Além disso, é importante lembrar que alimentos considerados naturais, como frutas, também podem causar alergias. Banana, morango e kiwi são exemplos de frutas que podem desencadear reações em pessoas sensíveis, embora sejam menos comuns como causa de alergias alimentares.
O que fazer em caso de reação alérgica alimentar?
Ao perceber sinais de alergia alimentar, como dificuldade para respirar, inchaço ou manchas na pele, o recomendado é buscar atendimento médico imediatamente. A rapidez no socorro pode ser decisiva para evitar complicações graves. Em situações conhecidas, algumas crianças já possuem prescrição de medicamentos de emergência, como a adrenalina autoinjetável, que deve ser utilizada conforme orientação médica.
- Mantenha a calma e afaste a criança do alimento suspeito.
- Observe os sintomas e comunique os responsáveis imediatamente.
- Procure o serviço de saúde mais próximo, especialmente se houver sinais de anafilaxia.
- Informe os profissionais sobre o histórico de alergias da criança.
O conhecimento sobre os principais alimentos alergênicos e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para evitar situações de risco. Pequenas atitudes, como perguntar antes de oferecer um alimento e ler os rótulos com atenção, podem fazer toda a diferença na proteção das crianças alérgicas.Coceira na boca, lábios ou garganta também é um sintoma comum de alergias alimentares e deve ser observada com atenção. Coceira na pele, como prurido ou sensação de irritação cutânea, é outro sinal frequente de alergia alimentar e deve ser considerado entre os principais sintomas.Coceira na pele, manifestada por prurido ou irritação cutânea, é um sintoma comum de alergias alimentares, e deve ser levada em conta ao avaliar quadros alérgicos em crianças.

Recomendações da OMS sobre alergias alimentares em crianças
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que as alergias alimentares são um problema crescente em todo o mundo, especialmente em crianças, e reforça a importância de medidas preventivas para proteger indivíduos suscetíveis. De acordo com a OMS, recomenda-se que governos e instituições de saúde priorizem a rotulagem clara dos alimentos quanto à presença de alérgenos e incentivem campanhas educativas sobre o tema.
No cuidado individual, a OMS orienta que pais e responsáveis estejam constantemente atentos à leitura detalhada dos rótulos de alimentos, incluindo a busca por menções a “pode conter” ou “traços de”, reforçando o cuidado com a contaminação cruzada. Além disso, recomenda promover ambientes seguros em escolas e espaços públicos por meio da capacitação de funcionários para identificar e lidar com reações alérgicas rapidamente, assim como manter acesso fácil a medicamentos como adrenalina autoinjetável quando prescrito.
A OMS destaca também a importância do acompanhamento médico regular para crianças com alergia alimentar, visando atualização de diagnósticos e conscientização da família e dos cuidadores sobre sinais de alerta e ações de emergência. Por fim, reforça a necessidade do diálogo entre profissionais de saúde, familiares e educadores para que todos estejam preparados para agir de forma adequada diante de possíveis situações de risco.