Essa semana marcou dois anos da tragédia do rompimento do reservatório R4 da Casan, no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, um episódio que impactou diretamente a vida de centenas de famílias. Na ocasião, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) criou uma comissão mista para acompanhar todas as perícias e investigações sobre o caso.
Após meses de trabalho, com análise de mais de sete mil páginas de documentos e dezenas de horas de oitivas, a comissão produziu um relatório técnico robusto, com 145 páginas e mais de 300 links, que reconstruiu desde a contratação da licitação até o momento do acidente. O documento apontou falhas graves no processo, identificou profissionais que poderiam ter evitado o desastre e fez uma série de recomendações para que situações semelhantes não se repitam.
Entre os encaminhamentos destacados no relatório estão a necessidade de aprimorar a fiscalização da Casan, a atualização do plano de contingência e emergência do sistema de abastecimento da Grande Florianópolis, além da instauração de processos administrativos disciplinares (PADs) contra três engenheiros, iniciados apenas um ano após o ocorrido e ainda sem conclusão.
Na última semana, a Casan apresentou informações sobre o andamento das medidas indicadas. A empresa afirmou ter incorporado as diretrizes da Alesc em um plano de capacitação interna e atualizou o plano de emergência do sistema de água. Já o destino da área onde ainda está o reservatório rompido segue em tramitação: há um processo de desmembramento do terreno para que a fração seja doada ao Estado, com o objetivo de construir moradias no modelo Minha Casa Minha Vida para as famílias que perderam suas casas no acidente.
A repercussão na Alesc reforça a lembrança do desastre e a necessidade de acompanhar os desdobramentos para garantir que todas as providências sejam efetivamente aplicadas.
O portal Agora Floripa segue apurando as próximas etapas desse processo e o impacto das medidas adotadas.
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