O aviso sombrio deixado por Stephen Hawking à humanidade pode estar se concretizando. Anos após a morte do célebre físico teórico, suas preocupações sobre os riscos de contato com civilizações alienígenas voltaram ao centro do debate científico — desta vez, impulsionadas pela aproximação de um objeto misterioso vindo do espaço profundo.
Hawking, que morreu em 2018, alertava que buscar ativamente vida extraterrestre poderia terminar em desastre para a humanidade. Para ele, o simples ato de transmitir nossa localização no universo poderia atrair uma civilização muito mais avançada — e possivelmente hostil. “A história de raças avançadas encontrando povos mais primitivos na Terra nunca teve finais felizes”, disse ele em 2004. “Acho que devemos manter a discrição.”
Premonição?
Agora, suas palavras ressurgem com força diante de um novo alerta feito pelo astrofísico Avi Loeb, professor da Universidade Harvard. Loeb está entre os estudiosos que acompanham o trajeto do objeto interestelar 3I/ATLAS, descoberto em junho, e que se aproxima do sistema solar com velocidade impressionante — cerca de 150 mil milhas por hora.
Embora muitos astrônomos acreditem que o 3I/ATLAS seja apenas um cometa gigante, Loeb levanta a possibilidade de que o corpo celeste tenha origem artificial. A trajetória anômala e os desvios gravitacionais incomuns do objeto levantam a hipótese de que ele possa ser uma nave — e que, segundo Loeb, poderia estar se dirigindo à Terra por razões que vão do exploratório ao hostil.
Se essa hipótese estiver correta, as consequências para a humanidade podem ser terríveis”, escreveu Loeb em um artigo publicado no servidor científico arXiv, em 17 de julho. “Talvez medidas defensivas sejam necessárias — mesmo que, no fim, se revelem inúteis.”
O 3I/ATLAS deve passar a cerca de 223 milhões de milhas da Terra no dia 17 de dezembro, cruzando órbitas de planetas como Vênus, Marte e Júpiter. Diante desse cenário, estudiosos voltaram a discutir o conceito da chamada armadilha da inteligência, analisado recentemente em um estudo publicado no Journal of Biomedical Physics and Engineering.
Segundo a teoria, indivíduos, ou civilizações altamente inteligentes, podem cometer erros críticos por excesso de confiança ou apego a padrões anteriores. No caso da busca por alienígenas, essa armadilha pode levar a um “erro tático”: divulgar nossa existência para o universo e, com isso, atrair forças que poderiam nos destruir.
“Contatar uma civilização alienígena pode parecer um salto em direção ao desconhecido, mas também pode ser um passo rumo à nossa extinção”, alertam ao Daily Mail os autores do estudo, que inclui pesquisadores dos Estados Unidos e do Irã. Eles defendem a cautela preconizada por Hawking: escutar sinais do cosmos é prudente, mas responder a eles — ou emitir mensagens ativamente — pode ser perigoso demais.
Antes de sua morte, Hawking chegou a apontar planetas com potencial para abrigar vida, como Gliese 832c, a 16 anos-luz da Terra. Ainda assim, manteve sua advertência: um encontro com uma civilização avançada poderia espelhar a tragédia dos povos indígenas ao serem colonizados pelos europeus. “O resultado pode ser semelhante ao que aconteceu quando os nativos americanos encontraram Colombo pela primeira vez”, disse ele.
Durante o documentário Os Lugares Favoritos de Stephen Hawking, o físico refletiu: “À medida que envelheço, estou mais convencido de que não estamos sozinhos. Um dia, poderemos receber um sinal de um planeta como Gliese 832c — mas devemos ter cuidado ao responder.”
Com o 3I/ATLAS acelerando em direção ao interior do sistema solar, a pergunta que paira no ar parece ser: e se Hawking estiver certo?