O Hospital Santa Rita, em Vitória, anunciou nesta segunda-feira (24) a reabertura da ala E e do centro cirúrgico, fechados desde outubro após um surto de infecções que atingiu profissionais de saúde e acompanhantes. A decisão foi tomada após a instituição receber um laudo técnico que confirmou a ausência do fungo Histoplasma capsulatum nas áreas interditadas.
Segundo o hospital, uma empresa especializada em engenharia ambiental foi contratada para realizar análises avançadas de amostras de ar e superfícies dos setores identificados como possíveis focos de contaminação. As avaliações não detectaram material genético do fungo, o que, de acordo com a consultoria, garante a segurança para a retomada das atividades.
Em nota, o Santa Rita destacou que segue todas as normas da legislação sanitária nacional e que, em nenhum momento, houve interdição por parte da Vigilância Sanitária. O fechamento das áreas, informou a unidade, foi uma medida preventiva adotada por iniciativa própria. Durante o período de suspensão das atividades, foram executadas diversas ações técnicas e estruturais voltadas à proteção de pacientes, colaboradores e profissionais médicos.
Entenda o caso
Os primeiros registros do surto ocorreram no fim de setembro, envolvendo profissionais do Hospital Santa Rita de Cássia. Laudos emitidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontaram dois agentes causadores: o fungo Histoplasma capsulatum, responsável pela histoplasmose, e a bactéria Burkholderia cepacia, identificada em duas técnicas de enfermagem.
A histoplasmose é adquirida pela inalação de esporos presentes em solos contaminados por fezes de aves e morcegos. Os sintomas variam desde quadros leves, com febre, tosse e falta de ar, até formas graves que podem afetar órgãos como fígado, baço e linfonodos.
De acordo com o boletim mais recente divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na sexta-feira (21), foram contabilizados 306 casos notificados. Desse total, 106 permanecem como suspeitos, 44 foram confirmados e 156 já foram descartados.
Segundo a secretaria, as investigações administrativas permanecem em andamento para identificar como os patógenos entraram e se disseminaram no ambiente hospitalar.
