O Emirado Islâmico do Afeganistão declarou no domingo (12) que suas forças mataram 58 soldados paquistaneses e feriram outros 30 em operações noturnas na fronteira. Zabihullah Mujahid, porta-voz do grupo que governa o país, o Talibã, afirmou durante uma coletiva de imprensa na capital, Cabul, que “certos elementos dentro do sistema de segurança paquistanês querem desestabilizar o Afeganistão”.

Mujahid afirmou que as operações ocorreram em vários postos de fronteira. Ele acrescentou, de acordo com uma publicação da agência de notícias afegã TOLO News, que a situação na fronteira com o Paquistão estava sob “total controle, e as atividades ilegais foram amplamente impedidas”.

Não houve confirmação imediata do Paquistão sobre as baixas relatadas. No entanto, veículos de imprensa estatais paquistaneses no domingo (12) afirmaram que o exército do país capturou 19 postos afegãos de onde ataques foram lançados na noite de sábado (11). Um vídeo transmitido pela Pakistan Television (PTV) mostrou postos afegãos em chamas e supostos soldados do Talibã se rendendo.

A Radio Pakistan informou, citando fontes de segurança, que o exército paquistanês também destruiu completamente o quartel-general do Batalhão de Acampamento Manojba do Talibã, o Posto Jandusar, o Acampamento Turkmenzai e o Forte Kharchar.

O ministro do Interior paquistanês, Mohsin Naqvi, classificou os ataques afegãos como “não provocados” e acusou as forças afegãs de atirarem em civis. O primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenou veementemente o que descreveu como uma “provocação do Afeganistão nas áreas de fronteira do Paquistão”. Ele acrescentou: “não titubearemos em defender o Paquistão, e cada provocação será recebida com uma resposta forte e eficaz”.

Os combates ocorreram dias depois de explosões abalarem a capital afegã, Cabul, em um ataque aéreo que o Talibã atribuiu ao Paquistão. O Paquistão não confirmou nem negou a responsabilidade pelo ataque, mas disse que faria tudo o que fosse necessário para proteger seus cidadãos. O Paquistão tem visto um aumento sofrido ataques armados em seu território nos últimos meses, que atribui ao grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP).

Nos últimos anos, as tensões transfronteiriças entre o Afeganistão e o Paquistão se intensificaram, com ambos os lados acusando um ao outro de abrigar militantes. Na sexta-feira, o Paquistão acusou o Talibã afegão de abrigar combatentes com o apoio da Índia, o rival regional do Paquistão. O Tenente-General Ahmed Sharif Chaudhry, chefe da Inter-Services Public Relations (ISPR), afirmou que “representantes indianos” estavam operando a partir do território afegão para atacar o Paquistão.

A escalada coincidiu com a visita do Ministro das Relações Exteriores afegão, Amir Khan Muttaqi, à Índia, enquanto as duas nações normalizam os laços. Durante uma coletiva de imprensa na capital indiana no domingo, Muttaqi negou a presença de combatentes do TTP em seu país.

“Se o Paquistão quer paz, eles têm um exército maior e melhor inteligência — por que não estão controlando isso? Essa luta é dentro do Paquistão. Em vez de nos culpar, eles deveriam controlar os problemas em seu território”, ele afirmou. O oficial acrescentou que Cabul quer “boas relações e paz”, mas está pronta para proteger firmemente seus interesses e soberania.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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