Cães azuis andando soltos em Chernobyl, descritos como “mutantes radioativos”, chamaram a atenção nas redes, mas a história por trás dessas imagens é bem diferente das lendas apocalípticas que costumam circular sobre a região.
O que realmente aconteceu em chernobyl em 1986?
Em 1986, a explosão do reator 4 da usina de Chernobyl liberou uma nuvem radioativa que mudou para sempre a paisagem da região e criou a famosa zona de exclusão na Ucrânia. Ali nasceu a chamada “floresta vermelha”, onde árvores e plantas ficaram queimadas pela radiação, enquanto porcos e outros animais apareceram com deformações graves, como membros extras e órgãos expostos.
Logo depois do desastre, surgiram casos de aberrações genéticas, e em 1990 um vazamento do antigo sarcófago do reator gerou novo pico de problemas, afetando até cadeias alimentares. Essas alterações, porém, foram em grande parte letais e passageiras, sem criar supercriaturas, mas sim animais frágeis que não conseguiam se manter na natureza por muitas gerações.

Como a vida selvagem se adaptou na zona de exclusão?
Sem humanos por perto, a área virou praticamente um santuário involuntário, com populações explodindo de lobos, cervos, javalis e até dos cavalos de Przewalski, que circulam entre prédios abandonados e estradas vazias.
Essa adaptação não ficou só nos mamíferos; uma série de seres vivos passou a ocupar nichos que antes dependiam de presença humana e de atividades agrícolas.
Abaixo, veja este vídeo que selecionamos do canal Você Sabia?, que conta com 46,9 milhões de inscritos, ele fala sobre os mistérios e adaptações da vida em Chernobyl:
Quais criaturas mais curiosas surgiram nesse ambiente?
Alguns organismos de Chernobyl chamam a atenção de pesquisadores por mostrar como a vida reage à radiação constante sem presença humana. Entre os exemplos mais curiosos estão rãs mais escuras, ricas em melanina que ajuda a reduzir os efeitos da radiação, e fungos que crescem na usina e conseguem usar a radiação como fonte de energia.
A NASA estuda esses fungos para possíveis aplicações em missões espaciais, onde a radiação é um grande desafio. Vermes, nematoides e morcegos da região também são monitorados para entender como desenvolvem resistência e quais mutações aparecem ao longo do tempo, funcionando como indicadores naturais de adaptação extrema.
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De onde vem a cor azul dos cães de chernobyl?
Os famosos cães azuis de Chernobyl são descendentes de pets abandonados após a evacuação, formando uma população isolada com DNA diferente, mais selvagem e adaptada à vida livre. Uma ONG chamada Dogs of Chernobyl atua na região com vacinação, alimentação e esterilização, enquanto cientistas analisam como esses cães lidam com a radiação em longo prazo.
Segundo pesquisadores, a coloração azul não tem relação com mutação radioativa, já que a radiação é invisível e não altera a cor da pele ou do pelo. A explicação mais aceita envolve o contato direto com resíduos industriais espalhados pela área. Entre eles estão restos de tinta, graxa, solventes e líquidos corantes de estruturas antigas.
