Durante o **Primeiro intercâmbio de [povos indígenas amazônicos](https://noticiasambientales.com/compromiso-ambiental/los-pueblos-indigenas-son-la-clave-para-proteger-el-medio-ambiente/#google_vignette)** sobre a mineração ilegal de ouro e a contaminação por mercúrio, realizado em julho (de 2 a 4) no **Parque Nacional Natural Amacayacu**, em Leticia (Colômbia), houve uma reivindicação concreta.

Delegações da **Colômbia, Peru e Brasil** emitiram um comunicado conjunto com **25 exigências** para proteger seus territórios, sua saúde e sua cultura diante de uma das [ameaças mais graves para a **Amazônia**](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/bosques-en-alerta-victimas-de-mineria-narcotrafico-y-deforestacion/).

O encontro reuniu **representantes indígenas, comunidades locais**, autoridades governamentais e especialistas técnicos. Tratou-se de um diálogo intercultural centrado nos **impactos sociais, ambientais, culturais e sanitários** provocados pela mineração de ouro e o uso de mercúrio na região.

## Um plano de ação regional contra a mineração ilegal
![Los flagelos de la Amazonía y el reclamo de los pueblos.](https://noticiasambientales.com/wp-content/uploads/2019/11/bolivia_amazonia_clima_486864584658645.jpg)
A partir da análise territorial, da deliberação por país e do intercâmbio de experiências, foi elaborado um **plano de ação regional** que combina **conhecimento ancestral** com **ferramentas legais, institucionais e de incidência internacional**.

O pronunciamento, validado de forma participativa, inclui **25 propostas e demandas** que buscam garantir a **proteção dos direitos territoriais**, a segurança das pessoas defensoras ambientais e a preservação da saúde e do ambiente amazônico.

## As principais exigências dos povos indígenas
Entre as demandas mais relevantes, os povos amazônicos reivindicam:

– **Demarcação, titulação e segurança jurídica** dos territórios ancestrais, freando leis e políticas que violem seus direitos.
– **Proteção efetiva** para defensores e defensoras ambientais, incluindo o fortalecimento de **guardas indígenas**.
– Cumprimento do **direito à consulta prévia, livre e informada** em qualquer projeto que afete seus territórios.
– **Fortalecimento do liderança das mulheres** e erradicação da violência de gênero, agravada pela mineração ilegal.
– Reconhecimento e aplicação do **conhecimento ancestral e da medicina tradicional** em políticas de saúde e conservação.
– **Programas de saúde física e mental** especializados nos efeitos do mercúrio, com ênfase em meninas, meninos e mulheres.
– Criação de uma **rede amazônica de monitoramento em saúde** para medir a exposição ao mercúrio e seus impactos.
– Garantia de **segurança e soberania alimentar**, afetada pela contaminação de peixes.
– **Programas educativos interculturais** adaptados às realidades territoriais, com ênfase em medicina tradicional e comunicação.
– **Sistemas de informação ambiental próprios**, liderados por comunidades indígenas e com participação juvenil.
– Fomento de **economias sustentáveis** como o turismo comunitário e ecológico.
– Proteção dos **Povos Indígenas em Isolamento ou Contato Inicial (PIACI)** e dos povos transfronteiriços.
– Declarar as **Florestas e povos originários amazônicos como Patrimônio da Humanidade** perante a UNESCO.
– **Cooperação transfronteiriça** para combater o comércio ilegal de ouro e mercúrio.
– Diminuir o consumo e comércio de ouro, visibilizando seus impactos na saúde e no ambiente.
– Alocação de **orçamento estatal** para implementar as medidas, com participação indígena em cada etapa.

## Um apelo urgente à ação internacional
![La voz de los pueblos de la Amazonía. (Foto: FCDS).](https://noticiasambientales.com/wp-content/uploads/2025/08/pueblos-amazonia.jpg)
O evento contou com a participação virtual de **Richard Gutiérrez**, representante do **Convenio de Minamata**. Reafirmou o compromisso de **visibilizar a voz dos povos indígenas** em espaços internacionais e destacou a urgência de gerar evidências científicas sobre os impactos do mercúrio, especialmente na saúde das futuras gerações.

A atividade foi organizada pela **Fundação para a Conservação e Desenvolvimento Sustentável (FCDS Peru)**, a **Aliança Amazônica para a Redução dos Impactos da Mineração de Ouro (AARIMO)** e o **Observatório de Mineração Ilegal (OMI)**, com o apoio da **Fundação Gordon e Betty Moore**.

Este **pronunciamento coletivo** é considerado um passo chave para fortalecer a articulação regional dos povos indígenas amazônicos e sua capacidade de incidência internacional frente à mineração ilegal de ouro e a contaminação por mercúrio, duas das maiores ameaças para a **biodiversidade e as culturas da Amazônia**.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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