Atualmente, de acordo com algumas estimativas mais recentes, o Brasil recicla cerca de 4,5% dos resíduos sólidos urbanos gerados. É muito pouco diante da meta de 20% prevista pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
24/09/2025 | 0:01
A questão da reciclagem no país é estratégica para seu futuro como economia sustentável e não predatória em relação aos recursos naturais não renováveis. É preciso produzir para atender à demanda dos mercados interno e externo, mas isso deve ser feito de forma racional, respeitando o direito ao meio ambiente da atual e das futuras gerações. Nesse sentido, a reciclagem tem um grande papel a cumprir.
Atualmente, de acordo com algumas estimativas mais recentes, o Brasil recicla cerca de 4,5% dos resíduos sólidos urbanos gerados. É muito pouco diante da meta de 20% prevista pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas já foi pior, uma vez que, em 2024, esse percentual foi de apenas 4,1%. Os materiais com maior reaproveitamento são o alumínio, seguido do aço, do vidro e do papelão, todos com altos índices de reinserção na produção. O problema continua sendo o desafio de reaproveitar o plástico, que acaba sendo descartado indevidamente na sua maior totalidade, muitas vezes indo parar em lugares improváveis, como no caso dos oceanos, afetando a vida marinha. Infelizmente, nem tudo o que é coletado acaba sendo processado e muitos descartes têm como destino aterros sanitários por falta de infraestrutura ou contaminação dos materiais. Para incentivar o setor, a PEC da Reciclagem (PEC 34/2025) propõe um regime fiscal diferenciado para materiais reciclados, com alíquota zero de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição Sobre Bens Serviços (CBS) para vendedores e crédito integral para compradores. Outrossim, é importante também ter um olhar especial para as cooperativas de catadores, com medidas que facilitem o labor dos cooperados, uma vez que elas são responsáveis por 70% da coleta de materiais recicláveis.
A reciclagem está no centro da economia circular, que se mostra essencial para um desenvolvimento sustentado, geração de empregos e preservação ambiental. O planeta não pode mais esperar para que a degradação ambiental seja contida e essa deve ser uma preocupação de todas as nações compromissadas com a vida e com a natureza.
Correio do Povo