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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira (7) uma ordem executiva, equivalente a um decreto, que permitirá a inclusão de investimentos em private equity e criptomoedas nas contas dos planos de aposentadoria. A medida atende a interesses corporativos que fizeram forte lobby pela mudança, apesar dos alertas sobre os riscos que ela pode representar para as economias de milhões de trabalhadores.
Segundo o Common Dreams, o setor de private equity vem buscando há anos acesso a uma fatia dos cerca de US$ 12 trilhões acumulados nos planos de aposentadoria corporativos. Antes, as regras federais proibiam a maioria dos planos de contribuição definida de fazer tanto esse tipo de investimento quanto em criptomoedas. Empresas como a BlackRock, cujo CEO defende a abertura dos planos para esse tipo de ativo, contribuíram financeiramente para o comitê de posse de Trump, reforçando a pressão política.
Private equity é uma modalidade de investimento em empresas que não têm ações negociadas na bolsa de valores. Em geral, com baixa liquidez, ou seja, o investidor não pode sacar facilmente seu dinheiro e tem alto potencial de risco
Dinheiro das aposentadorias indo para bilionários
Relatórios mostram que algumas empresas de private equity estão passando por um momento crítico e várias chegaram a hipotecar fundos para pagar investidores, vendo nas contas de aposentadoria um mercado trilionário ainda não explorado.
Para Helaine Olen, editora-chefe do American Economic Liberties Project, incluir essa modalidade de investimento e criptomoedas “serve para sustentar golpes e resgatar uma indústria que ficou sem compradores — e isso está sendo feito às custas da aposentadoria dos americanos em todos os lugares”.
Ela ressalta, em um comunicado, que esses ativos são arriscados e pouco transparentes, beneficiando gestores bilionários e prejudicando poupadores comuns.
“Há uma razão pela qual a maioria dos empregadores não aceitou a proposta de Trump pela primeira vez e por que o setor de investimentos privados fez uma campanha de lobby tão intensa”, pontua Olen. “Esses fundos têm taxas altas, são arriscados e opacos. O private equity tem um desempenho consistentemente inferior ao do S&P 500. Isso é uma dádiva para gestores de fundos bilionários e um desastre iminente para os americanos comuns que tentam poupar para a aposentadoria.”
Exposição a riscos
Na semana passada, o Americans for Financial Reform Education Fund e a American Federation of Teachers divulgaram um relatório alertando que a entrada do private equity aumentaria a exposição a riscos e taxas elevadas, sem oferecer proteções básicas aos investidores. O documento também aponta que a lucratividade do setor vem caindo nas últimas duas décadas, enquanto suas estruturas de cobrança são propensas à manipulação.
Lisa Donner, codiretora do Americans for Financial Reform Education Fund, reforçou a crítica afirmando que executivos do setor já enriqueceram bilhões às custas das aposentadorias em fundos de pensão e agora miram os trilhões em contas individuais. “Isso coloca milhões de pessoas em risco”, concluiu.
Com informações do Common Dreams
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