
Uma explosão em um condomínio no limite entre Cachoeirinha e Gravataí deixou uma moradora de 26 anos gravemente ferida na segunda-feira (22). Eduarda Silveira Vieira Guerreiro teve mais de 50% do corpo queimado e segue hospitalizada na UTI do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, em estado grave, mas estável.
O incidente, que atingiu cerca de 20 apartamentos, teria sido causado pela combustão de um produto químico usado na impermeabilização de um sofá. O apartamento onde ocorreu a explosão ficou completamente destruído.
Veja abaixo o que se sabe sobre o caso, uma semana após a explosão:
O que se sabe:
1. O que causou a explosão?
A principal suspeita, segundo o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil, é de que a explosão foi causada por um produto “extremamente inflamável” e volátil utilizado em um serviço de impermeabilização de sofá no apartamento. A combustão teria ocorrido quando a moradora acendeu a chama do fogão.
A investigação ainda depende do laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para confirmar a causa exata da explosão. O documento é fundamental para detalhar a composição do produto químico utilizado, sua volatilidade e como ocorreu a ignição que resultou na explosão, validando ou não a hipótese inicial levantada pelos bombeiros.
2. Quais foram os danos?
A explosão atingiu cerca de 20 apartamentos da torre 22 do condomínio Morada do Vale. O apartamento onde o fogo começou ficou completamente destruído, com portas arrancadas, vidros quebrados e móveis destruídos. Outros imóveis também tiveram danos em portas e janelas. A torre chegou a ficar sem água, luz e gás.
Após uma interdição inicial, os moradores dos outros apartamentos foram liberados para retornar aos seus imóveis no dia seguinte à explosão. Apenas a torre onde ocorreu o incidente precisou de uma avaliação da estrutura antes da liberação completa.
3. Quem precisou de atendimento médico?
A moradora do apartamento sofreu queimaduras em mais de 50% do corpo e está internada em estado grave. Ainda não há novas informações sobre a evolução do quadro de saúde da moradora. Ela permanece na UTI de um hospital de Porto Alegre.
O marido da moradora ferida não estava em casa no momento do incidente.
Uma vizinha do andar de cima inalou fumaça, foi atendida e liberada.

4. Como a polícia está investigando o caso?
A Polícia Civil investiga o caso como lesão corporal culposa. O objetivo é apurar se houve negligência durante a aplicação do produto inflamável por parte da empresa contratada para o serviço de impermeabilização. Os responsáveis pela empresa e testemunhas devem ser ouvidos.
A polícia também apura se a empresa responsável pelo serviço de impermeabilização tinha autorização para usar o produto químico em um ambiente residencial e fechado como um apartamento. Além disso, busca determinar se os profissionais seguiram os protocolos de segurança recomendados pelo fabricante, como garantir a ventilação adequada do local.
É preciso esclarecer se a moradora foi devidamente orientada sobre os riscos e o tempo necessário de espera antes de utilizar qualquer fonte de fogo ou faísca no ambiente, como acender o fogão. O depoimento dos aplicadores e dos responsáveis pela empresa deve ser crucial para entender se houve falha na comunicação dessas orientações de segurança.
A conclusão do inquérito policial deve definir se os responsáveis pela empresa serão indiciados por lesão corporal culposa ou outro crime. Essa decisão depende diretamente das provas técnicas coletadas pela perícia e dos depoimentos que comprovem ou descartem a ocorrência de negligência durante o procedimento.
