Cientistas detectam pela primeira vez ejeção de massa coronal em estrela. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini) Fala Ciência

Astrônomos registraram pela primeira vez uma ejeção de massa coronal (EMC) em uma estrela além do Sol, uma descoberta que redefine nossa compreensão do clima espacial em outros sistemas estelares. Embora essas explosões sejam comuns no Sol, onde moldam o clima espacial e geram fenômenos como auroras, sua ocorrência em outras estrelas nunca havia sido confirmada de forma definitiva.

A observação combinou dados do observatório espacial XMM-Newton, da ESA, e do radiotelescópio LOFAR, permitindo identificar com precisão o material expelido no espaço. Essa explosão estelar é poderosa o suficiente para destruir atmosferas de qualquer planeta que se encontre em seu caminho. Principais descobertas da pesquisa:

  • A estrela responsável é uma anã vermelha, menor e mais fria que o Sol;
  • A ejeção de massa coronal viajou a 2.400 km/s, velocidade extrema comparável às EMCs solares mais rápidas;
  • O campo magnético da estrela é cerca de 300 vezes mais intenso que o do Sol;
  • Qualquer planeta próximo à estrela teria sua atmosfera removida quase instantaneamente;
  • A combinação de LOFAR e XMM-Newton foi crucial para confirmar a ejeção de forma inequívoca.

Como as EMCs afetam exoplanetas

As ejeções de massa coronal são explosões de material estelar que podem criar ondas de choque e emissões de rádio intensas. Em exoplanetas próximos, essas EMCs podem ser devastadoras, removendo atmosferas inteiras e tornando mundos potencialmente habitáveis em rochas estéreis.

Explosão estelar pode destruir atmosferas de planetas próximos e habitáveis. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)
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O risco é ainda maior em estrelas menores e mais ativas, como as anãs vermelhas, que giram rapidamente e possuem campos magnéticos poderosos. Embora essas estrelas sejam comuns e hospedem a maioria dos exoplanetas conhecidos, sua atividade intensa desafia a habitabilidade tradicionalmente calculada pela zona habitável, aquela região em que a água líquida poderia existir na superfície de um planeta.

Tecnologia e métodos por trás da descoberta

A detecção da EMC envolveu a análise de ondas de rádio curtas e intensas, captadas pelo LOFAR e interpretadas com suporte do XMM-Newton, que mediu a temperatura, rotação e brilho em raios X da estrela. Somente com a combinação dessas tecnologias foi possível confirmar que o material escapou completamente da bolha magnética estelar, caracterizando a primeira ejeção de massa coronal além do Sol.

Essa descoberta abre novas possibilidades para entender o clima espacial extremo, o comportamento magnético das estrelas e os impactos sobre atmosferas planetárias, essenciais para a busca por vida em exoplanetas.

Implicações para a busca de vida e habitabilidade

Estudos como este destacam que a habitabilidade planetária depende não apenas da distância da estrela, mas também de sua atividade magnética. Planetas orbitando anãs vermelhas ativas podem perder atmosferas rapidamente, mesmo dentro da zona habitável, comprometendo a possibilidade de vida como conhecemos.

O monitoramento das EMCs estelares agora permite avaliar melhor quais sistemas poderiam realmente sustentar planetas habitáveis e quais estão sujeitos a clima espacial extremo, um fator crítico na exploração de exoplanetas e na definição de prioridades para futuras missões espaciais.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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