A nova ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, sobre o Rio Tocantins, que liga os estados do Maranhão e do Tocantins pelos municípios de Estreito–MA e Aguiarnópolis–TO, na BR-226/TO/MA, foi entregue.

A nova travessia foi inaugurada um ano após o colapso da estrutura anterior, ocorrido em dezembro de 2024. Durante o período de obras, a travessia do rio dependia do uso de balsas. O Governo Federal investiu R$ 171,97 milhões na construção, executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

 

Entrega da Ponte JK

A ponte conta com 630 metros de extensão e 19 metros de largura, além de 154 metros de vão livre. A estrutura possui duas faixas de rolamento com 3,6 metros cada, dois acostamentos de três metros de largura, barreiras de proteção do tipo New Jersey (defensas em concreto), dois passeios para pedestres e guarda-corpos em cada extremidade do tabuleiro.

O método de balanço sucessivo, utilizado na construção da nova ponte, é uma técnica aplicada em obras de grandes vãos, especialmente quando não é possível o uso de escoramentos convencionais apoiados no solo. O sistema consiste na execução da estrutura em segmentos (aduelas), que são concretados ou pré-moldados e avançam em balanço, um após o outro, a partir de um ou mais pilares centrais.

Ao todo, foram executadas 26 fundações e pilares, 2.088 pré-lajes e 45 vigas pré-moldadas, o que deu maior agilidade à obra e permitiu que a entrega fosse realizada dentro do prazo.

A BR-226 é uma das rodovias mais conhecidas do país. Com 1.763,92 quilômetros de extensão, a estrada passa por cinco estados, com início em Natal–RN e término em Wanderlândia–TO. Além disso, é uma das principais vias de ligação entre as regiões Norte e Nordeste do Brasil.

A rodovia funciona como um corredor logístico fundamental para o escoamento da produção agrícola. A região do Matopiba é a principal fronteira agrícola estratégica que abrange áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O Matopiba responde atualmente por cerca de 19% da produção nacional de soja, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. Em uma década, a produção de grãos saltou de 18 milhões de toneladas na safra 2013/2014 para 35 milhões de toneladas em 2022/2023, crescimento de 93%.

 

Queda da ponte impactou outras rodovias do Tocantins

No dia 23 de dezembro de 2024, o DNIT assinou a declaração de situação de emergência para a contratação da empresa responsável pelo projeto e pela execução da nova estrutura. Realizada em 31 de dezembro de 2024, a contratação emergencial permitiu o início imediato das atividades, incluindo a elaboração dos projetos de engenharia e a preparação do canteiro de obras.

Com isso, o DNIT também recuperou rodovias estaduais do Tocantins e do Maranhão impactadas pelo colapso da ponte.

No Tocantins, o DNIT empregou recursos em 392,9 quilômetros de rodovias, incluindo trechos urbanos e rodoviários das TOs 126, 134, 222, 201, 210, 415, 404 e 010. Além de travessias urbanas em Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Tocantinópolis, Sampaio, Jatobal, Darcinópolis, Filadélfia e Palmeiras do Tocantins.

No Maranhão, o Departamento recuperou 21 quilômetros de rodovias estaduais adjacentes à BR-010. As obras passaram entre os municípios de Estreito e Imperatriz, incluindo as vias de acesso à balsa de Porto Franco. Também foram beneficiados os municípios de Campestre do Maranhão, Carolina, Açailândia, Cidelândia e Itinga.

 

Relembre a queda da ponte

A Ponte JK colapsou em 22 de dezembro de 2024, deixando 14 mortos e três desaparecidos. Segundo o DNIT, o desabamento ocorreu após a queda do vão central da estrutura.

De acordo com as autoridades, oito veículos caíram no Rio Tocantins, que passa sob a ponte. O Governo construiu a estrutura antiga na década de 1960, que tinha 533 metros de extensão.

Três caminhões também caíram no rio, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas.

A inauguração da nova ponte marcou um gesto de homenagem às vítimas do colapso da antiga estrutura. Nas cabeceiras da travessia, o DNIT construiu memoriais, como forma permanente de memória e respeito.

<em>“Ninguém é capaz de substituir, no coração dos familiares, a perda que ocorreu aqui, mas quero prestar minha homenagem a todas as famílias que perderam entes queridos quando a antiga ponte colapsou. O que pudemos fazer, fizemos: entregar uma estrutura segura, para que nenhuma outra família precise passar por isso novamente”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho.

 

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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