- Microbiologista da University of Leicester, Primrose Freestone, alerta para o aumento de casos de intoxicação alimentar no Natal devido ao preparo e armazenamento inadequado de alimentos.
- Recomendações incluem atenção à validade, descongelamento correto de carnes, higiene de mãos e utensílios, e refrigeração adequada dos alimentos.
- Alerta sobre riscos em buffets e refeições fora de casa, enfatizando a importância de refrigerar sobras rapidamente e reaquecê-las bem.
A intoxicação alimentar afeta milhões de pessoas todos os anos e ganha força durante o período do verão. Ceias volumosas no fim do anos, cozinhas movimentadas, preparo simultâneo de vários pratos, manipulação de carnes cruas e alimentos feitos com antecedência aumentam o risco de contaminação.
Segundo a microbiologista Primrose Freestone, da University of Leicester, uma parcela expressiva desses casos poderia ser evitada com cuidados básicos no manuseio, no cozimento e no armazenamento dos alimentos. A seguir, ele dá algumas dicas de como prevenir intoxicação alimentar no Natal:
Preste atenção à data de validade dos alimentos
No fim do ano, a geladeira costuma ficar lotada e muitos alimentos são comprados dias antes da ceia. Produtos com a indicação de data limite para consumo são altamente perecíveis e exigem refrigeração adequada e respeito ao prazo indicado. Mesmo dentro da validade, alimentos com embalagem estufada ou com cheiro e aparência fora do normal devem ser descartados, pois esses sinais indicam possível contaminação.
Respeite o tempo de descongelamento e preparo das carnes
Aves congeladas grandes precisam de vários dias para descongelar completamente na geladeira. Levar ao forno um chester ou peru ainda parcialmente congelado favorece o cozimento desigual e permite que bactérias sobrevivam no interior da carne. Outro erro comum é lavar aves cruas antes do preparo. Elas já chegam limpas à sua casa e a lavagem apenas espalha microrganismos pela pia, bancadas, mãos e utensílios, aumentando o risco de contaminação cruzada.
Mantenha a higiene das mãos e utensílios
Após manusear carnes cruas, aves, peixes ou vegetais, as mãos devem ser lavadas com água e sabão. Tábuas, facas e superfícies precisam ser limpas e desinfetadas para impedir que bactérias passem de um alimento para outro.
Armazene os alimentos corretamente
Bactérias estão presentes o tempo todo em cozinhas e alimentos frescos. A refrigeração ajuda a frear seu crescimento apenas se a geladeira estiver entre 0ºC e 5ºC. Geladeiras muito cheias podem perder eficiência. Alimentos que não precisam de refrigeração não devem ocupar espaço interno. As sobras devem ser resfriadas, cobertas e levadas à geladeira em até duas horas.
Em temperatura ambiente, algumas bactérias conseguem dobrar de quantidade a cada 20 minutos. O ideal é consumir as sobras em até dois dias ou congelá-las.
Refeições fora de casa e buffets
Uma parcela significativa dos casos de intoxicação alimentar está relacionada a refeições feitas fora de casa. Mesmo restaurantes bem avaliados não estão livres de contaminação por pessoas, insetos ou pelo ambiente. Buffets exigem atenção redobrada, já que alimentos perecíveis costumam ficar expostos por longos períodos. O recomendado é que não permaneçam fora da geladeira por mais de duas horas, a menos que estejam refrigerados ou mantidos acima de 60ºC, no caso de pratos quentes. Sobras levadas para casa devem ser refrigeradas imediatamente e reaquecidas até ficarem bem quentes antes do consumo.
Seguir essas orientações reduz de forma significativa o risco de intoxicação alimentar no Natal. Com alguns cuidados simples na cozinha, é possível aproveitar as festas com mais tranquilidade e evitar que a celebração termine em uma ida ao pronto-socorro.
Com informações, “The Conversation”.
