• Foguete HANBIT-Nano, da startup sul-coreana Innospace, explodiu logo após o lançamento em Alcântara (MA) em 22/12, frustrando a primeira missão orbital brasileira.
  • A explosão ocorreu durante a fase do primeiro estágio, resultando na perda do veículo, de nanossatélites brasileiros e experimentos científicos.
  • A Força Aérea Brasileira (FAB) investiga a falha, enquanto a Innospace analisará dados para futuras tentativas, apesar de explosões serem comuns em testes.
  • O lançamento, parte da Operação Spaceward, visava reposicionar o Brasil no mercado espacial global, apesar do histórico de tentativas falhas.

O primeiro lançamento orbital realizado a partir do território brasileiro terminou em explosão na noite desta segunda-feira (22). O foguete HANBIT-Nano, desenvolvido pela startup sul-coreana Innospace, apresentou uma anomalia pouco após a decolagem do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e explodiu ainda nos primeiros minutos de voo, resultando na perda total do veículo.

A decolagem ocorreu às 22h13, no âmbito da Operação Spaceward, conduzida em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Agência Espacial Brasileira (AEB). As imagens da transmissão ao vivo mostraram o foguete ultrapassando a velocidade do som (Mach 1) e atingindo o ponto de máxima pressão aerodinâmica, conhecido como Max Q. Logo depois, a exibição foi interrompida com a mensagem de que uma anomalia havia sido identificada durante o voo.

Veja vídeo da decolagem:

” target=”_blank” rel=”noopener”>December 23, 2025

Falha no primeiro estágio e perda da missão

Informações preliminares indicam que a explosão ocorreu ainda durante a fase propulsada do primeiro estágio, o que impediu a continuidade da missão e o acionamento do segundo estágio. Em nota, a FAB informou que o veículo iniciou sua trajetória vertical conforme o previsto, mas sofreu uma falha que resultou na queda e explosão do foguete.

Equipes da Aeronáutica e do Corpo de Bombeiros do CLA foram mobilizadas para isolar a área e avaliar os destroços. Não houve feridos. O voo não era tripulado e levava a bordo cinco nanossatélites brasileiros e três experimentos científicos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia, todos considerados perdidos.

O HANBIT-Nano é um foguete de dois estágios, com cerca de 21 metros de comprimento e capacidade de atingir velocidades próximas a 30 mil km/h. O primeiro estágio utiliza um motor híbrido, que combina parafina e oxigênio líquido, enquanto o segundo é movido a metano e oxigênio líquidos. A falha prematura impediu que o segundo estágio fosse testado em voo.

O lançamento havia sido adiado diversas vezes nos últimos dias por problemas técnicos e condições meteorológicas desfavoráveis. A chuva registrada na tarde de segunda-feira levou as equipes a transferirem a operação para o período noturno.

Apesar do desfecho, especialistas do setor destacam que explosões e falhas são relativamente comuns em testes iniciais de novos veículos espaciais. A Innospace informou que os dados coletados durante o voo serão analisados para identificar as causas do acidente e corrigir eventuais falhas antes de uma nova tentativa, ainda sem data definida.

Outras tentativas

A explosão do HANBIT-Nano também reacende a memória das tentativas anteriores do Brasil de alcançar a órbita com lançadores próprios, como o programa VLS-1, que não obteve sucesso em lançamentos realizados entre 1997 e 2003. Ainda assim, o Centro de Lançamento de Alcântara segue sendo considerado um dos mais estratégicos do mundo, por sua proximidade com a Linha do Equador, fator que reduz o consumo de combustível e os custos das operações.

Embora a missão não tenha sido concluída, o lançamento marca um passo simbólico na retomada do uso internacional e comercial da base de Alcântara e no esforço do Brasil para se reposicionar no mercado espacial global.




Source link

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *