A assembleia da província de Niigata, onde se situa a central de Kashiwazaki-Kariwa, aprovou esta segunda-feira uma lei que permite que a empresa Tokyo Electric Power Company (TEPCO) volte a ligar um dos sete reatores da central. A reativação do reator número 6 deve acontecer a 20 de janeiro, de acordo com a emissora pública japonesa NHK, citada pela CNN.
O Japão aprovou esta segunda-feira o restabelecimento das operações da maior central nuclear do mundo (Kashiwazaki-Kariwa), quase 15 após o desastre nuclear ocorrido, em 2011, em Fukushima.
A assembleia da província de Niigata, onde se situa a central de Kashiwazaki-Kariwa, aprovou esta segunda-feira uma lei que permite que a empresa Tokyo Electric Power Company (TEPCO) volte a ligar um dos sete reatores da central. A reativação do reator número 6 deve acontecer a 20 de janeiro, de acordo com a emissora pública japonesa NHK, citada pela CNN.
“Mantemos o nosso firme compromisso de nunca mais repetir um acidente como este e de garantir que os residentes de Niigata nunca experimentem algo semelhante”, disse o porta-voz da TEPCO, Masakatsu Takata, citado pela agência noticiosa Reuters.
Contudo existem reservas por parte da população sobre a aprovação da reativação da central. Uma sondagem da Câmara Municipal de Niigata, de outubro, indicava que 60% dos residentes não acreditavam que as condições para a retoma das operações [da central] tivessem sido cumpridas, e quase 70% mostrou preocupação com a capacidade da TEPCO para operar a central, revelou a Reuters.
Kashiwazaki-Kariwa foi um dos reatores desativados após Fukushima
Kashiwazaki-Kariwa foi um dos 54 reatores desativados após o desastre de Fukushima, ocorrido em 2011.
Desde o desastre de Fukushima o Japão já ligou 14 dos 33 reatores nucleares que se mantêm operacionais, de acordo com a Associação Mundial Nuclear.
Kashiwazaki-Kariwa tem uma capacidade total de 8,2 gigawatts (GW), o que permite abastecer alguns milhões de lares, refere a Reuters. A retoma das operações deve tornar operacional uma unidade de 1,36 GW em 2026 e outra com a mesma capacidade de 1,36 GW por volta de 2030.
A CNN refere que antes do desastre de Fukushima, em 2011, as centrais nucleares do Japão forneciam cerca de 30% da eletricidade do país. Após o desastre o país asiático acabou por aumentar a sua dependência de combustíveis fósseis importados, como o carvão e o gás, para gerar energia e manter o fornecimento de eletricidade. Isto fez com que cerca de 60 a 70% da geração de energia do Japão tivesse origem em combustíveis fósseis importados, algo que teve um custo de cerca de 68 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) só em 2024, salienta o canal televisivo.
O Japão assumiu o compromisso de atingir emissões líquidas zero até 2050. A CNN salienta que o país asiático, de modo a cumprir com as suas metas energéticas e climáticas, pretende duplicar a participação da energia nuclear na sua matriz elétrica para 20% até 2040.
