A paralisação dos trabalhadores da Petrobras, iniciada na última segunda-feira, dia 15, já apresenta reflexos financeiros relevantes e volta a colocar no centro do debate as negociações trabalhistas na maior empresa estatal do país.
Estudos iniciais elaborados pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontam que os prejuízos diários podem chegar a aproximadamente R$ 200 milhões, considerando apenas os setores diretamente afetados pela greve.
Segundo os dados levantados, nos primeiros seis dias de mobilização houve uma queda acumulada estimada em cerca de 300 mil bairros na produção de petróleo e gás. O segmento mais afetado seria o de Exploração e Produção (E&P), onde as perdas financeiras alcançaram em torno de US$ 18 milhões por dia, o equivalente a aproximadamente R$ 100 milhões.
Já na área de refino, o impacto diário estimado gira em torno de R$ 90 milhões. Os cálculos foram desenvolvidos pelo economista do Dieese, Cloviomar Cararine, com base em informações operacionais e projeções do mercado.
Em posição divergente, a Petrobras afirma que a paralisação não trouxe prejuízos à produção nem ao fornecimento de combustíveis. Desde o início do movimento, a estatal divulga comunicados nos quais assegura a adoção de planos de contingência para preservar suas operações e garantir o abastecimento do mercado nacional.
Os dados oficiais de produção, acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), costumam ser divulgados com defasagem de cerca de uma semana, o que dificulta a notificação imediata dos efeitos reais da greve.
O principal ponto de conflito entre trabalhadores e empresas está relacionado ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A proposta apresentada pela Petrobras no dia 9 foi rejeitada pelas entidades sindicais, que afirmam não haver avanços concretos nas negociações.
Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro-NF, a ausência de um diálogo mais eficaz aumenta a possibilidade de prolongamento da paralisação, com impactos que podem se estender por toda a cadeia do setor energético.
Ao longo da semana, a Petrobras declarou manter-se disponível para negociar com as representações dos trabalhadores. Recentemente, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) informaram, por meio de nota, que estariam em reunião com representantes do estado para tratar do movimento grevista.
Até agora, porém, a empresa não confirmou oficialmente esses encontros, mantendo indefinido o estágio da paralisação e seus possíveis efeitos futuros.
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