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Em meio à tradicional correria do preparo das ceias de fim de ano, um risco invisível espreita nas cozinhas brasileiras: a combinação de alimentos crus e cozidos, junto à higiene inadequada, pode criar um ambiente propício para a proliferação de bactérias. Essas condições favorecem desde uma simples intoxicação alimentar até infecções mais sérias, como a urinária, alertam especialistas.

A rotina acelerada das festas costuma levar a descuidos, como o uso da mesma tábua para cortar frango cru e fatiar a salada, respingos de carne crua na pia e pratos frios expostos por tempo excessivo à temperatura ambiente. Esses hábitos são portas de entrada para bactérias resistentes que podem causar problemas de saúde que vão muito além de um mal-estar passageiro.

“As pessoas assumem comportamentos de risco inconscientemente. O maior cuidado que se deve tomar é quando se compra o animal inteiro, algo comum nessa época”, alerta o infectologista David Lewi, do Einstein Hospital Israelita.

O Perigo da Contaminação Cruzada e o Mito de Lavar Carnes Cruas

Um dos pontos cruciais destacados pelo especialista é a prática de lavar carnes cruas – seja de boi, porco, peixe ou, principalmente, frango. Essa ação é contraindicada, pois micro-organismos presentes nas aves estão entre as principais causas de contaminação cruzada na cozinha. Ao lavar o frango, por exemplo, superfícies, utensílios e outros alimentos podem ser contaminados pelos respingos.

“Os utensílios que forem usados na carne crua, incluindo a tábua, não devem ser os mesmos que vamos cortar o animal já preparado”, ensina Lewi. Ele reforça a importância de armazenar todos os alimentos na temperatura correta e em potes bem fechados para garantir a segurança alimentar.

Sintomas que Não Devem Ser Ignorados

A ideia de que “passar mal” em festas de fim de ano é algo normal deve ser desmistificada. Com a ingestão excessiva de comida, muitos adiam a procura por ajuda médica ao sentir sintomas como diarreia, náuseas, vômitos e dores abdominais.

“É importante levar em consideração que infecções gastrointestinais nem sempre são problemas simples e que se resolvem sozinhas, como muita gente minimiza. Elas podem exigir tratamentos intensos, com vários dias de internação, e até levar a óbito”, frisa o infectologista.

Com informações de Metrópoles

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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