A explosão que matou duas crianças, de 3 e 5 anos, num prédio residencial em Trévoux, no leste de França, foi provocada de forma deliberada por uma mulher que abriu o gás no seu apartamento para se suicidar, segundo confirmaram as autoridades, citadas pela imprensa francesa.
As duas crianças mortas na explosão eram filhas de um emigrante português, que vivia com a família num apartamento contíguo à casa da vizinha que terá provocado a explosão.
A tragédia ocorreu na segunda-feira, quando uma explosão de grande intensidade destruiu parcialmente o edifício e deixou dezenas de feridos, além das vítimas mortais.
De acordo com o Ministério Público de Bourg-en-Bresse, a mulher, residente no rés-do-chão do prédio, abriu intencionalmente o gás para pôr termo à vida, desencadeando uma explosão devastadora. O seu corpo foi encontrado apenas 24 horas depois, soterrado sob os escombros.
A violência da explosão destruiu parte do apartamento onde vivia a família das crianças lusodescendentes. Os pais e um irmão mais velho sobreviveram, mas sofreram ferimentos e estão a receber apoio psicológico e acompanhamento das autoridades francesas.
A deflagração foi ouvida a vários quilómetros de distância e causou danos significativos em edifícios vizinhos, incluindo escolas e habitações, segundo os serviços de emergência. No total, 13 pessoas foram hospitalizadas e mais de 50 receberam assistência médica, sobretudo por ferimentos ligeiros.
O prédio tinha 20 apartamentos, quase todos ocupados, e cerca de 70 residentes ficaram desalojados, tendo sido realojados provisoriamente em hotéis, num parque de campismo ou junto de familiares.
As autoridades mantêm a zona isolada enquanto prosseguem as perícias, num caso que continua a causar forte comoção, sobretudo junto da comunidade portuguesa em França.