Quando finalmente chegou ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Tomás Pires foi inicialmente recusado. O caso está a gerar forte indignação e levanta dúvidas sobre o funcionamento do SNS.
Foi desta forma que Tomás Pires, de 40 anos, chegou ao hospital de Santa Maria, em Lisboa. Foi preciso muito para aqui chegar.
O acidente aconteceu a 8 de dezembro, na autoestrada A9, junto a Alverca. O presidente da associação IRA – Intervenção e Resgate Animal, seguiu ao volante quando embateu a mais de 120 km por hora. Três pessoas ficaram feridas. Tomás estava em estado considerado grave. A viatura acionou automaticamente o SOS e para o local foram enviados os bombeiros da Póvoa de Santa Iria e de Alverca.
Mas dentro da ambulância o cenário ficou parado no tempo. Tomás conta que ficou cerca de 50 minutos na autoestrada, imóvel e com colar cervical, à espera que o CODU indicasse o hospital de destino.
A indicação só chegou às sete e meia da tarde. O destino: hospital de Santa Maria, a mais de 20 minutos de viagem. Chegou às oito horas e aí, diz, viveu um segundo choque.
A tripulação transportou novamente um doente grave. Seguiram-se discussões entre bombeiros e equipe de triagem. Tomás entrou finalmente num hospital.
Passou vários dias internados. Não foram detectadas lesões na coluna, mas mantém dores no tórax e pescoço. Diz estar emocionalmente abalado e revoltado com o que viveu.
O presidente do IRA garante que vai apresentar queixa formal, depois de tudo o que viveu.
