Um surto de botulismo em crianças nos Estados Unidos ligado à fórmula infantil ByHeart é muito mais amplo do que se pensava inicialmente, podendo remontar a até dois anos, informaram agências de saúde dos EUA na quarta-feira (10).

Uma investigação identificou 10 novos casos de botulismo infantil entre dezembro de 2023 e julho de 2025, segundo a Food and Drug Administration (FDA). O surto total agora inclui 51 bebês com botulismo confirmado ou suspeito em 19 estados, todos consumidores da fórmula infantil da ByHeart, informou a agência.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) não descartou a possibilidade de que a produção da fórmula da ByHeart tenha sido contaminada desde seu lançamento, em março de 2022, e por isso ampliou sua investigação, afirmou em comunicado.

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“Estamos cooperando com o CDC e o FDA para entender a extensão total dos casos relacionados”, disse um representante da ByHeart em nota. “Os novos casos relatados pelo CDC e pelo FDA ajudarão a orientar a investigação da ByHeart, enquanto continuamos buscando a causa raiz da contaminação.”

Embora o botulismo infantil possa ser fatal, existe um tratamento chamado BabyBIG. Todas as crianças afetadas receberam o tratamento, conforme informou o CDC. O Departamento de Saúde Pública da Califórnia mantém o estoque do medicamento e auxiliou as agências federais na investigação ampliada.

“Embora normalmente esperemos de 150 a 180 casos individuais de botulismo infantil por ano, um surto dessa magnitude é algo sem precedentes”, afirmou Jennifer Cope, chefe do departamento de epidemiologia de doenças entéricas do CDC, em comunicado.

As autoridades de saúde inicialmente focaram em um grupo de casos que começou em agosto e atingiu o pico em novembro. O FDA informou que a investigação sobre a origem do patógeno ainda está em andamento.

Até o momento, não foram registrados casos anteriores a dezembro de 2023 nem mortes relacionadas ao surto. A ByHeart afirmava produzir uma fórmula infantil “mais próxima do leite materno”, com ingredientes orgânicos. A empresa ampliou o recall para todos os seus produtos em 11 de novembro, três dias após o anúncio do surto.

A marca ganhou popularidade durante a escassez nacional de fórmula em 2022, mas representa apenas cerca de 1% do mercado nos EUA, segundo a FDA.

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A agência informou que nenhuma fórmula da marca foi encontrada nas prateleiras desde 26 de novembro, semanas após o recall ampliado. Marty Makary, chefe da FDA, publicou recentemente nas redes sociais um pedido para que os pais comuniquem às lojas caso encontrem latas ainda disponíveis.

A infecção ocorre quando a criança ingere esporos da bactéria Clostridium botulinum, que podem se desenvolver no intestino e produzir a toxina, explicou o CDC. Os sintomas incluem constipação, dificuldade para se alimentar e falta de controle da cabeça.

O botulismo infantil pode causar dificuldades respiratórias e paralisia muscular, podendo exigir semanas de hospitalização.

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© 2025 Bloomberg L.P.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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