O Sol voltou a demonstrar sua força com uma das labaredas mais intensas do ciclo atual, provocando alerta global entre centros meteorológicos espaciais. A erupção, classificada como X5.1, veio acompanhada de uma ejeção de massa coronal que se dirige à Terra. Fenômenos assim têm potencial para causar interrupções em comunicações, redes elétricas e sistemas de navegação, tornando-se um ponto crítico de monitoramento para agências como a NASA e a NOAA.
O que é uma labareda solar — e por que algumas são tão perigosas
Labaredas solares são explosões súbitas de radiação eletromagnética lançadas a partir de regiões altamente instáveis da atmosfera solar, onde campos magnéticos se entrelaçam e se rompem com enorme violência.
Essas explosões liberam:
- radiação X;
- radiação ultravioleta extrema (EUV);
- partículas energéticas capazes de alterar o clima espacial.
Frequentemente, uma labareda antecede um evento ainda mais extremo: a ejeção de massa coronal (CME). Enquanto a radiação de uma labareda atinge a Terra em cerca de oito minutos — viajando à velocidade da luz —, as partículas da CME avançam a velocidades menores, mas carregam massas gigantes de plasma solar que podem deformar o campo magnético terrestre.
A erupção X5.1 que desencadeou o alerta global

O alerta foi emitido após uma labareda X5.1 acompanhada de uma ejeção de massa coronal direcionada à Terra. Segundo o Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA (SWPC), a erupção atingiu seu pico às 00h01 EST (05h01 GMT) e partiu da região ativa AR4298, que se aproxima do limbo oeste do Sol e ficará fora de vista nos próximos dias.
A NOAA prevê que a CME pode provocar amanhã uma tempestade geomagnética de nível G3, capaz de causar:
- interrupções de rádio;
- perturbações em satélites e GPS;
- oscilações em redes elétricas;
- desvios obrigatórios em rotas aéreas polares.
Como tempestades solares afetam a Terra
Quando a radiação X e ultravioleta extrema alcança a Terra, ela ioniza as camadas superiores da atmosfera, interferindo diretamente nas ondas de rádio de alta frequência. Isso provoca:
- apagões temporários em comunicações aeronáuticas;
- falhas em transmissões marítimas;
- interrupções em sistemas de emergência;
- degradação no sinal de navegação.
Já as ejeções de massa coronal, ao interagir com a magnetosfera, podem desencadear auroras em latitudes mais baixas e perturbar sistemas elétricos sensíveis.
Eventos desse tipo lembram episódios históricos como a tempestade de Halloween de 2003 ou, em escala muito maior, o evento Carrington de 1859 — referência máxima das tempestades solares extremas.
O que esperar nas próximas horas
Com a chegada da CME prevista para hoje, cientistas monitoram em tempo real suas características: velocidade, densidade e orientação magnética. Se o campo magnético da CME se alinhar na direção oposta ao da Terra, o acoplamento será mais eficiente, aumentando o risco de tempestade severa.
Serviços de meteorologia espacial recomendam:
- atenção especial de empresas aéreas, principalmente em rotas polares;
- monitoramento contínuo por operadoras de satélites;
- ajustes preventivos em redes elétricas para evitar sobrecargas.
A atividade solar continuará intensa até o pico do ciclo, previsto para 2025–2026. A erupção X5.1 é mais um sinal de que o clima espacial seguirá desempenhando papel central na proteção de infraestruturas globais — e que entender o Sol nunca foi tão urgente.
[ Fonte: Diario Uno ]
