“Neste ataque, cinco dos nossos concidadãos, incluindo um mujahidin (combatente talibã), foram martirizados e outros cinco ficaram feridos”, disse o porta-voz adjunto do Governo talibã, Hamdullah Fitrat, num comunicado de imprensa.

Um anterior balanço dos confrontos apontava para quatro civis mortos e quatro feridos no Afeganistão, numa troca de tiros na região fronteiriça com o Paquistão, segundo disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o governador da região afegã de Spin Boldak, Abdul Karim Jahad.

O tiroteio acontece depois de, na sexta-feira, as autoridades talibãs no Afeganistão e o Governo paquistanês se terem acusado mutuamente de abrir fogo na zona fronteiriça.

“Infelizmente, esta noite [sexta-feira], o lado paquistanês começou a atacar o Afeganistão em Kandahar, no distrito de Spin Boldak, e as forças do Emirado Islâmico foram obrigadas a retaliar”, declarou o porta-voz do Governo talibã, Zabihullah Mujahid, na rede social X, sem adiantar mais pormenores.

“Há pouco tempo, o regime talibã afegão recorreu a disparos (sem qualquer provocação) ao longo da fronteira”, escreveu o porta-voz do primeiro-ministro paquistanês. “As nossas forças armadas responderam imediata e apropriadamente”, acrescentou Mosharraf Zaidi, na mesma rede social.

Segundo habitantes da região contactados pela AFP no lado afegão, a troca de tiros começou por volta das 22.30 horas (18 horas em Portugal continental) e durou aproximadamente duas horas.

O chefe do Departamento de Informação de Kandahar, Ali Mohammed Haqmal, também acusou o Paquistão de ter iniciado as hostilidades. O Paquistão usou “artilharia leve e pesada”, disse à AFP, especificando que os disparos de morteiro atingiram casas de civis. “Os confrontos cessaram; ambos os lados concordaram em encerrá-los”, acrescentou o dirigente.

Um correspondente da AFP do lado paquistanês da fronteira, em Chaman, ouviu disparos de artilharia e explosões.

Na quarta-feira, uma fonte do Governo talibã disse à agência de notícias EFE que negociações com o Paquistão, realizadas em Riade, terminaram sem acordo, devido ao que Cabul descreve como “atitudes irresponsáveis” da delegação paquistanesa.

As relações entre os dois países atravessam um dos períodos mais tensos das últimas décadas, marcados por confrontos armados desde outubro ao longo da Linha Durand, a fronteira que os separa. Um frágil cessar-fogo foi alcançado a 19 de outubro, com mediação do Catar e da Turquia.

O Paquistão acusa os talibãs afegãos de albergar combatentes do Tehreek-e-Taliban Pakistan, grupo ideologicamente aliado dos talibãs de Cabul e responsável, segundo Islamabad, por atentados no território paquistanês.

O impasse negocial coincide com um aumento da violência na província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa, junto à fronteira afegã, onde dois ataques recentes fizeram pelo menos sete mortos, incluindo vários polícias.

A segurança deteriorou-se significativamente nesta região e no Baluchistão desde o regresso dos talibãs ao poder, em agosto de 2021.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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