A Praia do Perequê, no Guarujá, é uma das orlas mais frequentadas do litoral paulista, conhecida pela gastronomia baseada em pescados frescos e pela tradicional vila caiçara. Apesar da forte presença de turistas ao longo do ano, poucos sabem que o local é considerado impróprio para banho quase o ano inteiro.
De acordo com o monitoramento da Cetesb, 98% das coletas realizadas em 2024 apontaram contaminação, tornando a praia a mais poluída da Baixada Santista. Essa condição contrasta com o movimento intenso na orla, onde visitantes circulam sem perceber os riscos à saúde.
A presença de bactérias fecais na água representa possibilidade de infecções e problemas gastrointestinais para quem entra no mar. Mesmo com sinalização instalada periodicamente, muitos banhistas desconhecem a dimensão do problema e continuam utilizando a praia para atividades de lazer.

O que explica o nível de poluição
A contaminação da Praia do Perequê está ligada a falhas históricas no saneamento básico do bairro. Durante anos, parte das residências não contava com redes adequadas de esgoto, o que favoreceu o despejo irregular de resíduos.
A geografia local também contribui para o quadro crítico. O “Rio do Peixe”, que deságua na praia, carrega sedimentos e resíduos, e a dinâmica das marés dificulta a dispersão dos poluentes. Além disso, o grande número de visitantes, especialmente na alta temporada, aumenta o descarte incorreto de lixo, agravando ainda mais o problema ambiental.
O contraste é evidente quando comparado às outras 26 praias do Guarujá, algumas delas certificadas com o selo Bandeira Azul. Enquanto o município recebe mais de 1,5 milhão de turistas no verão, a situação do Perequê mostra que a infraestrutura e a gestão ambiental ainda são desafios.
