O diretor James Cameron, criador de Titanic e Avatar, avaliou a aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix como um “desastre”. A crítica foi feita em entrevista ao podcast The Town, comandado por Matt Belloni, em novembro – semanas antes da oficialização da compra, que foi anunciada nesta sexta-feira, 5. Rumores sobre a operação já circulavam.
“Acho que a Paramount seria a melhor escolha. A Netflix seria um desastre. Desculpe, Ted [Sarandos, diretor executivo da Netflix], mas poxa. Sarandos já declarou publicamente que os filmes exibidos nos cinemas estão mortos”, disse Cameron na ocasião.
O cineasta também criticou a estratégia da gigante do streaming de exibir suas produções nas telonas pelo tempo mínimo necessário para que sejam qualificáveis para o Oscar. Há anos a empresa tenta emplacar uma vitória na principal categoria da premiação.
“É isca para trouxas. ‘Vamos lançar o filme por uma semana ou 10 dias. Vamos nos qualificar para o Oscar.’ Veja bem, eu acho isso fundamentalmente podre. Um filme deve ser feito como um filme para o cinema, e um Oscar a não significa nada para mim se não significa cinema. Acho que eles foram cooptados, e acho isso horrível”, opinou Cameron.
Para ele, a Netflix só deveria poder competir “se lançar o filme em 2.000 cinemas durante um mês, em uma distribuição significativa”.
Netflix adquire a Warner Bros.
A Netflix fechou nesta sexta, 5, um acordo para adquirir o estúdio Warner Bros. Discovery e seu serviço streaming HBO Max, numa operação avaliada em US$ 82,7 bilhões, incluindo dívidas. O movimento, que envolve pagamentos em dinheiro e ações, deve ser concluído após o desmembramento do negócio de TV a cabo da Warner – etapa prevista para ser finalizada até o terceiro trimestre de 2026.
A negociação marca uma virada histórica em Hollywood. Com a aquisição da Warner, a Netflix, que amplia seu poder como líder global do streaming, assume o comando de franquias multimilionárias, que vão de super-heróis a fenômenos literários, sagas de fantasia, animações clássicas e sitcoms.
