O levantamento “Mortalidade e Morbidade das Motocicletas e os Riscos da Implantação do Mototáxi no Brasil”produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), aponta que as mortes em acidentes envolvendo motocicletas aumentou mais de 15 vezes em três décadas.
Segundo o estudo, obtido pela CNNBrasil, nesta quinta-feira (25), o total de óbitos passou de 792 em 1996 para 13.521 em 2023.
Além disso, os acidentes com motos foram uma das principais causas de morte no trânsito brasileiro. No final dos anos 1990, os motociclistas representavam 3% dos óbitos; em 2023, essa participação saltou para quase 40%.
O levantamento também mostra que o maior crescimento das mortes por sinistros envolvendo motocicletas ocorreu entre o fim dos anos 2000 e 2013.
Esse mesmo período foi marcado pela expansão acelerada da frota. Com isso, o número de motos triplicadas entre 2000 e 2007, passando de 3,9 milhões para 11,7 milhões. Em 2012, o país já somava 21,6 milhões de motocicletas.
Comparativo entre motos e outros modais
No comparativo entre mortes de motociclistas e sinistros no trânsito em geral, o período de 2000 a 2023 registrou um crescimento proporcionalmente maior de vítimas fatais em acidentes de moto do que em outros tipos de veículos.
Mesmo com o impacto da pandemia (2019–2023), a taxa anual de crescimento das mortes voltou a subir. Veja o gráfico>
Sobrecarga no SUS: acidentes de moto respondidos por 60% das internações
A expansão da frota nas últimas duas décadas também refletiu no número de vítimas com lesões graves.
Em 2024, as internações por acidentes de motocicleta no SUS eram de 15.614 em 1998 e passaram para 165.894 em 2024. Esse número representa 60% das internações com um aumento de aproximadamente 11 vezes.
*Sob supervisão de Thiago Félix